Bartolinite: o que é, sintomas e tratamentos

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Bartolinite é a inflamação das glândulas de Bartholin, duas aberturas próximas à vagina que produzem e liberam um muco que contribui para a lubrificação vaginal. A obstrução do ducto por onde esse muco é liberado causa a inflamação, ou a bartolinite. 

As glândulas de Bartholin são bem pequenas, geralmente menores do que 1 cm. Elas podem ter seus ductos bloqueados pela formação de cistos, chamados de cistos de Bartholin. Esses cistos geralmente são indolores e não causam maiores problemas, sendo resultados de um simples inchaço da glândula, que leva à obstrução do ducto. 

Porém, quando esses cistos infeccionam, há a formação de um abscesso, em cujo interior existe pus. A infecção ocorre pela ação de bactérias, principalmente das espécies: Escherichia coli, presente na microbiota intestinal, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, espécies sexualmente transmissíveis. 

É raro, mas a bartolinite também pode ocorrer devido a uma câncer, o carcinoma vulvar, que afeta, com mais frequência, mulheres após a menopausa.

Veja mais detalhes sobre a bartolinite, os principais sintomas e como a condição é diagnosticada e tratada.

Bartolinite: o que é?

Dor pélvica
A dor e inchaço do local são sintomas característicos da bartolinite

A bartolinite é uma inflamação da glândula de Bartholin e de seu ducto, por onde sai o muco que lubrifica a vagina e a vulva. Essa inflamação pode evoluir para um abscesso, com pus em seu interior. 

A origem dessa inflamação é a obstrução do ducto, que impossibilita a saída do muco. O acúmulo desse material no ducto leva à formação de um cisto que, em geral, é indolor e não causa maiores problemas. 

O problema é que o acúmulo de muco no local facilita a proliferação de bactérias, que podem causar uma infecção e formar um abscesso cheio de pus. 

Existem alguns fatores de risco que aumentam as chances de bactérias se desenvolverem na região genital feminina, que são:

  • Estar em idade reprodutiva.
  • Ter relações sexuais com múltiplos parceiros.
  • Não usar preservativos.
  • Ter histórico de infecção sexualmente transmissível, como clamídia e gonorreia.

Sintomas da bartolinite

A bartolinite, diferentemente dos cistos de Bartholin, causa alguns sintomas, como:

  • Dor no local, que pode variar desde um desconforto até uma dor extrema. 
  • Dificuldade para caminhar e sentar.
  • Dor durante a relação sexual.
  • Muita dor ao toque.
  • Vermelhidão.
  • Inchaço, devido à formação de uma massa avermelhada.
  • Sensação de que o local está mais quente, como uma febre.
  • Formação de pus.
  • Febre.

Diagnóstico da bartolinite

A bartolinite é diagnosticada com um exame físico, em que o médico ou médica ginecologista verifica se as glândulas de Bartholin estão inflamadas e inchadas. 

Em alguns casos, podem ser solicitados exames de cultura bacteriana, com esfregaço em lâmina, e de urocultura, para identificar a espécie de bactéria causadora da infecção. 

Entretanto, não é necessário esperar o resultado desses exames, para dar início à antibioticoterapia (antibióticos de amplo espectro). 

Tratamentos da bartolinite

Mulher tomando remédio
Alguns antibióticos podem ser prescritos para o tratamento

Como a bartolinite resulta de uma infecção bacteriana, o tratamento é feito com o uso de antibióticos. Normalmente, os antibióticos prescritos são a doxiciclina, ofloxacina, levofloxacina ou metronidazol por via oral, de 12 em 12 horas, por 14 dias. 

Se houver a formação de abscesso, é preciso drenar o cisto cirurgicamente, por meio de uma pequena incisão (1,5 a 3 cm) na face interna do pequeno lábio.

Se o cisto for bem pequeno, ele pode se romper e drenar espontaneamente com banhos de assento em água morna, feitos de 3 a 4 vezes ao dia, durante 15 minutos. A imersão da região genital em água morna ajuda também a aliviar a dor e o desconforto causados pela inflamação. 

Porém os banhos não são capazes de eliminar a bactéria causadora da infecção, que só pode ser combatida com antibióticos. Se o cisto for grande, os banhos de assento também não são suficientes para promover a sua drenagem, devendo ser feita a cirurgia. 

Se o problema for muito recorrente, ou seja, ocorrer com frequência, pode ser necessária uma cirurgia para retirada das glândulas de Bartholin (bartolinectomia) ou para aumentar o ducto por onde sai a secreção. 

A marsupialização é uma das técnicas cirúrgicas utilizadas para tratar casos recorrentes de bartolinite. Nessa procedimento, o médico ou médica cirurgiã abre as glândulas e une suas bordas à pele, para impedir que o muco volte a se acumular. 

A lubrificação vaginal não é prejudicada com a remoção das glândulas de Bartholin, pois outras glândulas também secretam muco, como as glândulas Skene. 

Fontes e referências adicionais

Você já teve um quadro de cisto de Bartholin ou de bartolinite? Teve que fazer cirurgia ou o problema foi resolvido com antibióticos? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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