Uma pesquisa significativa, realizada por cientistas renomados da Faculdade de Medicina da USP, Universidade de Bristol e King’s College, entre outros centros de excelência, descobriu uma conexão marcante entre certos aspectos do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e do autismo com o desenvolvimento de sintomas depressivos durante a adolescência e a fase adulta.
Fazendo uso de vastas bases de dados populacionais oriundas do Reino Unido, a investigação se propôs a examinar se indivíduos jovens, com características pertencentes a ambos os transtornos, poderiam enfrentar quadros depressivos posteriormente. Essa hipótese se alinha com observações feitas por especialistas durante suas práticas clínicas.

Os resultados obtidos confirmam que certos desafios do desenvolvimento, particularmente a desregulação emocional (isto é, a incapacidade de gerir emoções ou enfrentar situações difíceis) e falhas nas interações sociais e no âmbito acadêmico são fatores preponderantes para a manifestação de depressão nestes indivíduos.
Pesquisadores da USP, enfatizaram que crianças com TDAH e autismo frequentemente enfrentam problemas interacionais com colegas e desafios acadêmicos.
Os dados revelam que estes desafios, em conjunto com a desregulação emocional, poderiam ser os catalisadores para o desenvolvimento de sintomas depressivos. Especialistas reiteram a necessidade de mais pesquisas para confirmar essas descobertas, mas ressaltam que se os profissionais da saúde focarem nesses fatores ao longo do tratamento, pode haver uma diminuição na probabilidade de surgimento da depressão.
Um ponto a destacar, segundo as descobertas dos cientistas, é que crianças e adolescentes com TDAH têm uma propensão de duas a quatro vezes maior de manifestar sintomas depressivos em comparação com aqueles que não possuem tal transtorno. Acredita-se que o autismo possa ter uma tendência similar.
Especialistas na área de medicina psiquiátrica pontuam que, embora a correlação entre autismo, TDAH e quadros depressivos não fosse desconhecida, entender suas causas é um avanço crucial para o tratamento adequado desses pacientes.
Eles destacam a necessidade de esforços contínuos para amparar esses pacientes, com ênfase na aceitação em ambientes acadêmicos e sociais. Ele também sinalizou que essa revelação indica um novo caminho voltado para a prevenção, onde o foco deve estar tanto na desregulação emocional quanto na integração social e escolar.
Essas descobertas são uma luz no fim do túnel para aqueles que lidam com TDAH e autismo, abrindo portas para tratamentos mais direcionados e estratégias de prevenção eficazes. E, como sempre, a aceitação e compreensão social são elementos essenciais nesse caminho.