Artrose no ombro: o que é, causas, sintomas e tratamento

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Você já teve a sensação de que seu ombro estava “crocante”, ou seja, fazendo pequenos estalos com o movimento? Ou já sentiu que havia areia na articulação do ombro, por causa dos rangidos ao movimentar o braço? Esses sintomas podem ser causados pela artrose no ombro. 

O desgaste da cartilagem do ombro pode gerar esses desconfortos durante o movimento das articulações e, inclusive, limitar bastante os movimentos do braço. 

Uma pessoa com artrose no ombro pode ter dificuldades para fazer movimentos com o braço, como alcançar a nuca, as costas, colocar uma camiseta, secar os cabelos com um secador ou arremessar uma bola.  

Essa é uma condição que causa muita dor, inchaço e limitações no dia a dia. A artrose no ombro pode não ter uma cura definitiva, mas há diversos tratamentos que podem amenizar os sintomas e melhorar a mobilidade dos ombros e a força dos braços.  

Veja o que é artrose no ombro, as causas, os sintomas, como são feitos o diagnóstico e o tratamento.  

O que é artrose no ombro?

artrose no ombro
Imagem: Pinterest

A artrose no ombro é uma doença bastante comum na população e acomete, principalmente, mulheres acima de 60 anos. Mas também pode afetar pessoas jovens. 

Trata-se de um desgaste das cartilagens presentes nas articulações do ombro, que resulta no choque entre os ossos, mais especificamente da superfície da cabeça umeral com a glenóide. 

A artrose pode afetar apenas um (artrose unilateral), ou os dois ombros (artrose bilateral), ao mesmo tempo. 

A presença da cartilagem entre os ossos que compõem uma articulação é muito importante para garantir uma movimentação suave e sem dor. 

Com a progressiva perda de cartilagem, a pessoa começa a sentir desconfortos durante a movimentação do ombro, com sensação de dor, estalos, rangidos e, por fim, rigidez no ombro, limitando muito a execução de movimentos. 

Causas da artrose no ombro 

As causas da artrose no ombro são divididas em primária e secundária. A primária está relacionada com o desgaste natural da cartilagem com o processo de envelhecimento, principalmente quando há herança genética de artrose na família.  

As causas secundárias podem afetar pessoas de qualquer idade e estão associadas com:

  • Lesões traumáticas, como fratura, deslocamento e luxação.
  • Inflamações relacionadas com patologias como artrite reumatoide, lúpus, tendinite e bursite.
  • Infecções ósseas
  • Complicações de cirurgias anteriores
  • Prática de esportes de contato, de arremesso, ou que envolvam o levantamento de peso, como halterofilismo.
  • Realização de movimentos repetitivos, associados com alguma atividade laboral. 

Sintomas da artrose no ombro 

Artrose no ombro
O desgaste das cartilagens das articulações provoca a artrose do ombro

O principal sintoma da artrose no ombro é a dor, que vai piorando com a progressão da doença. 

A dor tem caráter mecânico, ou seja, piora com o movimento e ameniza com o repouso. Também é comum observar a piora da dor durante a noite, principalmente se a pessoa dormir de lado, sobre o ombro afetado.  

Conforme a pessoa realiza um movimento com o ombro, pode-se ouvir uma crepitação, que são como estalos ou rangidos na articulação. A amplitude do movimento também é impactada, ficando cada vez mais limitada com o passar do tempo. 

Por causa disso, é comum os músculos e as estruturas articulares ficarem sem uso, já que causam dores e desconfortos para a pessoa. Como resultado, ocorre uma progressiva diminuição da força causada pela atrofia muscular

Diagnóstico da artrose no ombro

O diagnóstico de artrose no ombro é feito por meio de exames de imagem, como a radiografia. Pelas imagens de raio-X é possível observar se há uma diminuição do espaço entre os ossos da articulação, o que indica que houve o desgaste da cartilagem que deveria estar íntegra no meio deles. 

Outro detalhe possível de ser observado nas imagens de raio-X é a formação de osteófitos, que são calcificações, ou seja, pequenas formações ósseas que se desenvolvem como resultado da degeneração da cartilagem e atrito entre os ossos. Eles se formam em resposta à sobrecarga causada pelo desgaste da estrutura e são como reforços ósseos. 

Talvez a palavra osteófito seja bastante incomum para você, mas você já deve ter ouvido o termo “bico de papagaio“. Eles se referem ao mesmo problema, de formação óssea adicional, mas é mais comum ouvir sobre o bico de papagaio, quando se fala de problemas na coluna vertebral. 

Mais um sinal observado nos exames de imagem é a formação de cistos no ombro, que também podem ocorrer como consequência das lesões às estruturas articulares com o desgaste da cartilagem.

De modo geral, os cistos são assintomáticos mas, se pressionarem uma veia, artéria, nervo ou tendão, podem causar dor, formigamento, fraqueza e contribuir para a limitação do movimento. 

Outras técnicas como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética podem ser aplicadas para uma visualização mais detalhada das estruturas e para programações cirúrgicas, pois geram mais informações para o cirurgião acerca da extensão das lesões. 

Tratamento da artrose no ombro

Fisioterapia no ombro
A fisioterapia é uma das etapas do tratamento inicial para a artrose no ombro

Como a artrose no ombro é uma doença progressiva, ela tem vários estágios e o tratamento varia de acordo com eles. Outra característica da doença é que ela é crônica, isso significa que o tratamento não vai curá-la, mas irá retardar a sua progressão e melhorar os sintomas. 

Tratamento inicial

O tratamento inicial não envolve cirurgias, mas medicamentos, reeducação de alguns hábitos para reduzir o impacto sobre a articulação do ombro, fisioterapia e acupuntura. 

Os medicamentos vão agir na redução da dor, da inflamação, e na proteção e manutenção da cartilagem, com substâncias que a hidratam e nutrem, como a condroitina e a glucosamina

A aplicação de compressas de gelo durante 20 minutos, de 2 a 3 vezes ao dia, é um tipo de tratamento caseiro que complementa a medicação na diminuição da dor e do inchaço. Lembre-se de nunca aplicar o gelo diretamente na pele, sempre envolva-o num pano, para evitar queimaduras. 

A fisioterapia e a terapia ocupacional têm como objetivo melhorar a amplitude do movimento e aumentar a força. Também se ocupam de ensinar alguns novos hábitos, como a forma correta de dormir, de movimentar o ombro, evitando rotações e excesso de carga, visando o controle da dor e uma melhor qualidade de vida ao paciente. 

Atividades cotidianas como vestir uma camiseta, passando-a pela cabeça, ou secar os cabelos segurando o secador, podem ser alteradas para o uso de camisas de abotoar e de apoio para o secador. 

Tratamento invasivo

Em estágios mais avançados da artrose no ombro, podem ser aplicados métodos de tratamento mais invasivo, começando pela infiltração de corticoide e ácido hialurônico diretamente na articulação. 

A cirurgia é a última opção de tratamento, sendo aplicada apenas nos casos que não melhoraram com os métodos anteriores. Existem algumas técnicas cirúrgicas para tratar a artrose no ombro: 

  • Artroscopia: indicada para pacientes jovens com artrose. O médico cirurgião faz a limpeza da articulação do ombro, retirando estruturas livres, tecidos necrosados e osteófitos (bico de papagaio), promovendo a liberação da cápsula articular. 
  • Artroplastia parcial: é feita a substituição da articulação da cabeça do úmero por uma prótese, quando somente a cartilagem dessa estrutura foi degenerada. 
  • Artroplastia anatômica total: quando tanto a superfície do úmero, quanto da glenóide foram desgastadas, é feita a substituição total das articulações por próteses. 
  • Artroplastia total reversa: indicada quando a artrose no ombro está associada a lesões dos tendões do manguito rotador.
Fontes e referências adicionais

Você já se queixou de estalos e rangidos no seu ombro ou já ouviu essa reclamação de alguém? O que você fez para resolver o problema? Qual tipo de tratamento você tentaria evitar para tratar a artrose no ombro? Comente abaixo!

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Sobre Dr. João Hollanda

Dr. João Hollanda é Médico Ortopedista - CRM-SP 113136. Formou-se pela Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia do joelho. É também médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino desde 2016 e médico voluntário do Grupo de Traumatologia do Esporte da Santa Casa de São Paulo desde 2010. Você pode entrar em contato com o Dr. João através de seu site.

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