Um estudo sugeriu que entre um minuto e meio a quatro minutos diários de atividades rotineiras de alta intensidade, como carregar compras pesadas ou subir escadas rapidamente, poderiam ajudar a evitar doenças cardiovasculares entre mulheres que não se exercitam regularmente.
A nova pesquisa apontou que as atividades poderiam auxiliar a evitar problemas de saúde como insuficiência cardíaca ou ataque cardíaco.
O estudo foi conduzido em 81 mil homens e mulheres de meia-idade e mediado por uma equipe internacional de cientistas. Os voluntários usaram um rastreador de atividades durante uma semana, 24 horas por dia, entre 2013 e 2015.
Esses participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro composto por quem não fazia qualquer tipo de exercício estruturado regular ou apenas caminhadas recreativas uma vez por semana (22.368 pessoas) e o segundo por praticantes regulares de exercícios ou que faziam caminhadas mais de uma vez por semana (58.684 voluntários).
A saúde cardiovascular de todos foi monitorada até o final de novembro de 2022 e os detalhes de internações hospitalares ou mortes por ataque cardíaco, derrame ou insuficiência cardíaca, conhecidos coletivamente como eventos cardiovasculares adversos graves, foram coletados.
Entre os não praticantes de exercícios, 13.018 mulheres e 9.350 homens com dados completos (22.368 ao todo) foram incluídos na análise final. Durante um período de monitoramento de quase oito anos, 331 mulheres e 488 homens sofreram um ataque cardíaco ou derrame, desenvolveram insuficiência cardíaca e/ou faleceram devido à doença cardiovascular.
Esses dados incluiram, especificamente: 379 ataques cardíacos separados (129 mulheres e 250 homens), 215 casos de insuficiência cardíaca (96 mulheres e 119 homens) e 225 derrames (106 mulheres e 119 homens).
Os cientistas apontaram que as mulheres que fizeram uma média diária de três minutos de atividades físicas simples, mas rigorosas, tiveram 45% menos probabilidade de ter qualquer tipo de efeito adverso cardiovascular grave (51% menos probabilidade de ter um ataque cardíaco e 67% menos probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca).
Por outro lado, esses dados foram menos claros e significativos nos homens. Os que fizeram entre cinco e seis minutos de exercícios rotineiros intensos apresentaram 16% menos probabilidade de ter qualquer tipo de efeito adverso cardíaco.
Até mesmo quantidades mais baixas de exercícios simples e intensos mostraram associações mensuráveis com menores riscos cardiovasculares para mulheres: um mínimo de 1,2 a 1,6 minuto por dia foi atribuído a um risco 30% menor de todos os efeitos adversos cardíacos.
“Esses exercícios simples e diários podem ser um alvo promissor de atividade física para a prevenção de grandes eventos cardiovasculares em mulheres que não conseguem ou não querem praticar exercícios formais”, afirmaram os pesquisadores, em nota.
No entanto, eles disseram que o estudo tem alguns pontos a serem considerados: por ser observacional, ele não pode estabelecer causa e efeito. Ademais, existe uma média de 5,5 anos entre as gravações do rastreador de atividades, a coleta de dados sobre fatores de risco potencialmente influentes e a medição da atividade física no tempo de lazer.
Outro ponto levantado é que mesmo que os resultados nos homens não tenham sido semelhantes aos das mulheres, eles também devem implementar atividades físicas em suas rotinas diárias, para ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
É importante lembrar ainda que para cuidar da saúde como um todo, é essencial recorrer a um estilo de vida saudável, que inclui a adesão a um programa completo de exercícios físicos.
Converse com o seu médico para encontrar um treino adequado para o seu caso e questione o profissional sobre as estratégias que você deve utilizar para se prevenir contra problemas cardiovasculares.
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