É praticamente impossível que você não tenha ouvido falar ou até mesmo se assustado com as notícias a respeito do surto de coronavírus, que começou na China e se espalhou por diversos países. Principalmente depois da confirmação de casos da doença no Brasil.
Vale destacar que trata-se de uma nova estirpe de uma grande família de vírus causadores de doenças respiratórias, que vão do resfriado comum até a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV, sigla em inglês) e a síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV, sigla em inglês). O novo coronavírus recebeu o nome de SARS-CoV-2 e a doença provocada por ele foi chamada de COVID-19.
Mas enquanto muito se perguntam como se manter saudável e imune durante o surto de coronavírus, especialistas buscam respostas para o tratamento da doença. É o caso de uma companhia biomédica americana que anunciou o início a novos testes clínicos com o remédio remdesivir, para março de 2020 em aproximadamente 1 mil pacientes, de acordo com uma reportagem da VOA News.
Remdesivir, que foi criado pela empresa biofarmacêutica americana Gilead Sciences, é considerado até então o medicamento potencial mais promissor para o coronavírus. O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, declarou que o remédio apresentou atividade antiviral em modelos animais e in vitro. Segundo ele, os testes em andamento podem indicar razoavelmente rápido se remdesivir funciona.
De um lado, 400 pacientes com manifestações clínicas severas do novo coronavírus serão alistados para um tratamento com o remédio, com duração de 5 ou 10 dias. Aquela fase do placebo que costuma ser vista em pesquisas – em que parte dos voluntários recebe um placebo (substância neutra, sem efeitos) – será pulada.
De outro lado, aproximadamente 600 pacientes com manifestações clínicas moderadas do COVID-19 serão divididos em três grupos: o primeiro vai ser submetido ao tratamento com remdesivir ao longo de cinco dias, o segundo vai ser tratado com o medicamento durante 10 dias e o terceiro vai receber apenas o tratamento padrão, que pode incluir remédios para dor e febre, líquidos e oxigênio, caso seja necessário.
Em fevereiro, a Gilead Sciences já havia trabalhado ao lado de autoridades chinesas e cientistas médicos em dois ensaios clínicos em Wuhan, cidade chinesa onde o surto do novo coronavírus nasceu, e em um teste de longo prazo liderado pela Universidade de Nebraska e conduzida em 50 locais em todo o mundo.
O planejamento é que esse quarto experimento aconteça principalmente em centros médicos localizados em países asiáticos, mas também em outros países que apresentem números elevados de casos diagnosticados do COVID-19.
Para a Gilead Sciences, um dos objetivos do novo experimento é verificar se um tratamento de duração menor com o remdesivir funciona, o que dobraria o suprimento do medicamento e permitiria que os hospitais dessem conta de tratar mais pacientes.
Entretanto, o remédio ainda está sob investigação e a empresa biofarmacêutica advertiu que o uso de remdesivir ainda não foi licenciado ou aprovado em qualquer lugar do mundo. Fora dos experimentos em andamento, eles estão fornecendo o medicamento compassivamente apenas para pacientes selecionados em situações de emergência decorrentes do COVID-19. As informações são da VOA News.
Mais informações sobre o novo coronavírus
Embora ainda seja necessário estudar melhor essa nova versão do vírus, sabe-se que os seus sintomas podem incluir febre, cansaço, dores leves, diarreia, nariz escorrendo e tosse. Ele ainda pode originar uma infecção no trato respiratório inferior, como uma pneumonia.
É possível que algumas das pessoas infectadas pela condição não desenvolvam sintomas e não se sintam mal. Ainda que cerca de 80% dos pacientes se recupere da doença sem precisar de tratamentos especiais, aproximadamente uma em cada seis pessoas infectadas pelo vírus ficam seriamente doentes e desenvolvem dificuldade para respirar, ao passo que em torno de 2% dos que pegaram o COVID-19 vieram a falecer.
Acredita-se que pessoas mais velhas e os indivíduos que sofrem com problemas de saúde preexistentes, como pressão alta, doença no coração ou diabetes, apresentam maiores riscos de desenvolver doenças sérias em decorrência do COVID-19.
Enquanto ainda não existe um medicamento antiviral aprovado especificamente para tratar a doença provocada pelo novo coronavírus, os pacientes afetados pelo SARS-CoV-2 recebem tratamentos para aliviar os sintomas, enquanto aqueles que desenvolvem problemas graves em decorrência do vírus são hospitalizados.
Para os outros, resta tomar mão de estratégias para diminuir eficientemente os riscos de contrair o COVID-19 ou de que outras pessoas sejam infectadas pela mais nova temida doença, incluindo esses hábitos saudáveis de higiene que previnem doenças em geral. Tais táticas incluem:
- Lavar as mãos com frequência, usando água e sabonete ao longo de pelo menos 20 segundos e respeitando os cinco momentos de higienização – antes de tocar o paciente; antes de realizar procedimento limpo/asséptico; após risco de exposição a fluidos corporais; após tocar o paciente e após contato com superfícies próximas ao paciente;
- Quando não tiver acesso à água e sabonete, higienizar as mãos com um desinfetante próprio para as mãos à base de álcool;
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
- Não ter contato próximo com pessoas que estiverem doentes;
- Manter pelo menos um metro de distância de alguém que esteja tossindo ou espirrando;
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com o cotovelo dobrado ou com um lenço de papel – no caso do lenço, ele deverá ser jogado fora depois da tosse ou espirro;
- Limpar e desinfetar os objetos e superfícies tocados com frequência, como corrimões de escada, mesas, telefones e utensílios compartilhados de escritório, por exemplo. Sim, até o seu smartphone pode ser responsável pela infecção do vírus!
- Ficar em casa se estiver sentindo-se mal e procurar o atendimento médico se apresentar febre, tosse e dificuldade para respirar;
- Manter-se informado sobre os últimos desdobramentos acerca do coronavírus e seguir as instruções das autoridades locais de saúde.
Com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.