Diabético Pode Comer Uva?

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Se as frutas constituem uma categoria de alimento saudável e nutritivo, a uva não é uma exceção a essa regra. Porém, veja se diabético pode comer uva ou se ela está entre os alimentos que devem ser evitados em sua dieta.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), uma xícara com 151 g de uvas verdes ou tintas é fonte de nutrientes como carboidratos, fibras, potássio, cálcio, ferro, magnésio, fósforo, zinco, vitamina B9, vitamina C e vitamina K.

O alimento também é rico em antioxidantes e existem inúmeros benefícios da uva para a saúde e boa forma. Mas será que mesmo sendo tão nutritiva a fruta pode ser consumida tranquilamente por qualquer pessoa? Por exemplo, será que o diabético pode comer uva?

A diabetes

Quando queremos saber se o diabético pode comer uva, precisamos conhecer um pouco melhor essa doença que o atinge.

A diabetes é uma condição que envolve níveis muito elevados de glicose (açúcar) no sangue. Essa substância é a maior fonte de energia para o nosso organismo e é oriunda dos alimentos que consumimos nas refeições.

Uma pessoa desenvolve a diabetes quando o seu corpo não dá conta de produzir uma quantidade suficiente ou qualquer quantia de insulina ou não consegue utilizar o hormônio adequadamente.

Isso faz com que a glicose permaneça no sangue e não atinja as células do organismo, já que a insulina é justamente responsável por auxiliar a glicose obtida através da dieta a chegar até as nossas células e ser utilizada como energia.

Ao descobrir que sofre com a condição, é fundamental que o paciente não perca tempo e obedeça direitinho a todas as orientações que forem passadas pelo médico para o seu tratamento.

Até porque, com o passar do tempo, ter níveis elevados de glicose no sangue pode gerar uma série de complicações como doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), doença nos rins, problemas nos olhos, doenças dentárias, danos nos nervos e problemas nos pés. As informações são do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK, sigla em inglês) dos Estados Unidos.

E então, será que o diabético pode comer uva?

Segundo o nutricionista e consultor da Associação Diabética Britânica (Diabetes UK), Douglas Twenefour, as frutas não devem ser excluídas da alimentação das pessoas que sofrem com a diabetes porque, ao lado dos vegetais, elas diminuem os riscos de desenvolvimento de doenças como pressão arterial alta, doenças no coração, AVC, obesidade e alguns tipos de câncer.

De acordo com Twenefour, “é ainda mais importante para as pessoas com diabetes comer mais frutas e vegetais, já que essas condições têm mais tendência de afetá-los”.

Ele ainda afirmou que as frutas não aumentam as taxas de glicose no sangue de uma maneira tão acentuada quanto outras comidas com carboidratos como pão branco e pão integral.

No mesmo sentido, a endocrinologista Regina Castro afirmou no site da Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos, que apesar de algumas frutas conterem mais açúcar do que as outras, isso não significa que o diabético não possa consumi-las.

“Pessoas com diabetes podem comer fruta como parte do seu plano alimentar saudável. Mas, por ser um carboidrato, ela vai afetar o seu açúcar no sangue e você não pode comer quantidades ilimitadas”, ponderou a nutricionista e educadora em diabetes Barbie Cervoni.

Nutricionistas ressaltam que frutas ricas em carboidratos como o figo, a própria uva e as frutas secas não são recomendadas para diabéticos porque elas contêm muito açúcar e isso faz com que aumente as chances de ter picos de glicemia.

A contagem de carboidratos na dieta do diabético

Por outro lado, para a bacharela em biologia celular e molecular Bridget Coila, os possíveis benefícios da uva, assim como o seu perfil nutricional, a tornam uma boa escolha para a cota diária de carboidratos.

No entanto, isso não significa que o diabético pode comer uva sem precisar ter cuidado na hora de incluí-las em suas refeições ou que possa consumi-las de maneira excessiva.

Conforme a Associação Americana de Diabetes, a contagem de carboidratos é uma das diversas alternativas de dieta que podem ser utilizadas para controlar os níveis de glicose no sangue dos diabéticos, usada com mais frequência por pessoas que tomam insulina duas vezes ou mais por dia.

O método envolve contar a quantidade em gramas de carboidratos de cada refeição, combinando com a dose de insulina, explicou a organização. Segundo a instituição, com o equilíbrio correto da prática de atividades físicas e do uso de insulina, a contagem de carboidratos pode auxiliar a controlar as taxas de glicose no sangue.

“De acordo com a Associação Americana de Diabetes, a maioria dos diabéticos pode começar com cerca de 45 g a 60 g de carboidratos por refeição e ajustar conforme o necessário”, afirmou a bacharela em biologia celular e molecular Bridget Coila.

Entretanto, a associação também ressaltou que a quantidade de carboidratos que cada diabético pode consumir em cada refeição deve ser definida em conjunto com o médico responsável pelo tratamento. Ou seja, o limite é individualizado e determinado pelo profissional de saúde conforme as necessidades de cada paciente.

Ao saber o limite de carboidratos que pode ingerir por refeição, o diabético poderá (e deverá) usar essa informação como base para calcular a porção de uva que pode comer por vez, sem deixar de levar em conta o teor de carboidratos do restante da refeição na hora de fazer esse cálculo. Isso sempre sob a orientação do médico e do nutricionista, logicamente.

Por exemplo, uma unidade de uva pode carregar 1 g de carboidrato.

O revesratrol

Existe um componente nas uvas vermelhas que pode ajudar a combater a diabetes. O resveratrol, um fitoquímico encontrado na casca das uvas vermelhas, modula a resposta da glicose sanguínea, afetando como o corpo secreta e usa a insulina em modelos animais de diabetes, de acordo com uma revisão de 2010 no European Journal of Pharmacology (Jornal Europeu de Farmacologia, tradução livre).

Porém, são necessárias mais pesquisas a respeito da substância em seres humanos.

Ou seja, ninguém está dizendo que o composto ou as uvas vermelhas são a solução para a diabetes. O alimento ainda precisa ser consumido com cuidado, sempre conforme as instruções do médico e nutricionista que acompanham cada caso.

Eles são os profissionais mais indicados e qualificados para determinar em que quantidade e frequência um diabético pode comer uva sem prejudicar o controle de seus níveis de glicose no sangue.

Lembre-se de que este artigo serve somente para informar e jamais pode substituir as recomendações embasadas do médico e do nutricionista.

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Referências Adicionais:

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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