Pólipos no Intestino – O Que São, Sintomas, Causas e Tratamento

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Você vai ficar sabendo o que são pólipos no intestino, quais são os sintomas e as causas desse problema e que tipo de tratamento é indicado para a condição.

Pólipos são crescimentos anormais de tecido que podem ocorrer em várias partes do corpo. O intestino é o local onde eles são observados com mais frequência, mas também podem existir pólipos na vesícula e em outros locais.

Conforme envelhecemos, o risco de ter pólipos no intestino se torna maior. Felizmente, a maioria dos pólipos são inofensivos e causam apenas uma leve inflamação no intestino, mas alguns podem progredir para um câncer. Assim, o melhor a se fazer é não ignorar os sintomas e seguir as orientações médicas para tratar os pólipos no intestino e evitar complicações de saúde.

Saiba mais detalhes sobre esse tipo de pólipo a seguir e tire todas suas dúvidas.

Pólipos no intestino – o que são?

Os pólipos no intestino – ou pólipos no cólon – são o tipo de pólipo mais comum, mas também podem ser observados pólipos em locais do corpo como:

  • Nariz;
  • Útero;
  • Garganta;
  • Estômago;
  • Canal do ouvido;
  • Colo do útero.

A grande maioria é benigna, mas o crescimento anormal dessas células eventualmente pode se tornar maligno ou cancerígeno. A evolução para um câncer se dá de forma muito lenta e, assim, identificar os sintomas precocemente é uma maneira bastante eficaz de prevenção contra o câncer de cólon.

Tipos de pólipos intestinais

Além de afetar diferentes locais, há mais de um tipo de pólipo. Os tipos mais comuns são os hiperplásicos e os adenomatosos, mas existem também os malignos.

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1. Pólipos hiperplásicos

Os pólipos hiperplásicos – também conhecidos como pólipos inflamatórios – costumam ser inofensivos e apresentam um baixo risco de se tornarem cancerosos.

2. Adenomas

Os adenomas – ou pólipos adenomatosos – também não são cancerígenos, mas podem se tornar ao longo do tempo. Quanto maior for o adenoma, maior é o risco de ele se tornar cancerígeno. Por isso, esse tipo de pólipo é normalmente removido cirurgicamente para evitar problemas no futuro.

3. Pólipos malignos

Os pólipos malignos são os menos comuns, mas os mais graves. Eles podem conter células cancerígenas e, neste caso, o problema deve ser tratado como um câncer.

De acordo com um estudo de revisão publicado em 2014 no periódico científico World Journal of Gastroneterology, os pólipos de até 5 milímetros têm um risco baixo de se tornar canceroso enquanto que os com 1,5 até 3,5 centímetros apresentam um potencial de malignidade que pode variar de 19 a 43%.

Ou seja, quanto maior o pólipo, maior também a gravidade do problema e maior o risco de surgir um câncer.

Sintomas

Os pólipos são, em geral, pequenos inchaços que podem adotar um formato achatado ou parecido com os caules de um cogumelo, por exemplo.

No pólipo colorretal – que pode afetar o intestino grosso, o cólon (intestino delgado) e o reto – os principais sintomas são:

  • Sangue nas fezes ou no reto: um dos sintomas mais comuns de pólipos no intestino, mas que também podem ser um sinal de condições como hemorroidas;
  • Alteração nos hábitos intestinais: mudanças no padrão intestinal como prisão de ventre ou diarreia que duram mais de uma semana;
  • Mudança de cor das fezes: o sangramento pode alterar a cor das fezes, as deixando avermelhadas ou pretas. Essas e outras alterações nas fezes podem revelar muito sobre a sua saúde, inclusive indicar a presença de um pólipo intestinal.
  • Dor abdominal: pólipos que bloqueiam parte do intestino podem causar dores ou cólicas abdominais;
  • Anemia por deficiência de ferro: o sangramento ao longo do tempo pode resultar em uma deficiência de ferro, que pode ser notada por meio de sintomas como fraqueza, falta de ar, tontura, palidez ou desmaio.

Os sintomas só costumam aparecer quando os pólipos já estão mais desenvolvidos. Assim, é essencial procurar um médico ao notar qualquer um desses sinais para já iniciar o tratamento adequado.

Causas

Algumas pessoas já nascem com pólipos no cólon, enquanto outras desenvolvem o problema ao longo da vida.

Ainda não se sabe a causa exata dos pólipos no intestino, mas é possível que eles tenham relação direta com o estilo de vida.

Alguns fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos no intestino são:

  1. Ter mais de 50 anos de idade;
  2. Usar álcool ou fumar;
  3. Ter histórico familiar de pólipos no cólon e câncer;
  4. Ser obeso;
  5. Comer carne vermelha em excesso;
  6. Não praticar exercícios físicos com regularidade;
  7. Ter diabetes do tipo 2 e não controlar os níveis de açúcar;
  8. Sofrer de algum distúrbio de inflamação intestinal como a doença de Crohn ou a colite ulcerosa, por exemplo;
  9. Ter uma dieta rica em gorduras e com poucas fibras.

Fatores genéticos também podem contribuir com a multiplicação das células do intestino. Quando as células do cólon se multiplicam de forma anormal gerando os pólipos, eles são chamados de pólipos do cólon. Por outro lado, quando esse crescimento celular anormal acontece no reto, temos os pólipos colorretais.

Algumas condições genéticas herdadas que podem aumentar o risco de desenvolver pólipos no intestino são:

  • Síndrome de Gardner;
  • Polipose adenomatosa familiar;
  • Síndrome de Peutz-Jeghers.

Tais condições também elevam o risco de desenvolver câncer em órgãos como o intestino delgado e o intestino grosso.

Como é feito o diagnóstico de pólipos no intestino?

Nem sempre pessoas com pólipos no cólon apresentam sintomas. Desta forma, o problema é geralmente identificado durante testes de rotina ou outros tipos de exames.

Como os pólipos são mais comuns em pessoas mais velhas, os médicos recomendam que adultos com mais de 50 anos de idade ou pessoas com fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos do cólon realizem exames regulares de triagem.

O diagnóstico é muito importante já que muitos sintomas de pólipos intestinais podem ser confundidos sintomas da diverticulite e com doenças como a síndrome do intestino irritável.

São vários tipos de exames podem ajudar o médico a confirmar a presença de pólipos no intestino. Conheça alguns deles logo abaixo:

– Colonoscopia

Em uma colonoscopia, o médico insere um tubo fino com uma microcâmera acoplada – chamado de colonoscópio – através do ânus para analisar a situação do cólon. Por meio do exame, é possível até remover uma amostra de tecido para realizar uma biópsia, se necessário.

– Colonoscopia virtual

Trata-se de um exame não invasivo em que o médico usa apenas exames de imagem para examinar o cólon. Os testes de imagem que podem ser solicitados incluem exames de raios X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Tais exames são menos precisos do que uma colonoscopia tradicional, mas pode dar um bom panorama sobre a saúde intestinal.

– Sigmoidoscopia flexível

Na sigmoidoscopia flexível, o médico usa um dispositivo chamado de sigmoidoscópio, que é como uma versão mais curta de um colonoscópio. Isso significa que apenas uma porção do cólon pode ser examinada devido ao tamanho reduzido do tubo, mas o princípio é o mesmo de uma colonoscopia.

– Exame de fezes

Um exame de fezes também pode ser útil na identificação de sangue e na avaliação do DNA das fezes. O teste não é determinante para diagnosticar pólipos intestinais, mas pode ser uma boa ferramenta de diagnóstico precoce.

– Biópsia

Como os pólipos crescem a partir de células que se dividem muito rapidamente, eles podem se tornar cancerosos durante o processo de divisão celular. Por meio de uma biópsia, é possível confirmar se os pólipos no intestino são benignos ou malignos.

No caso de uma biópsia, é preciso remover uma amostra de tecido para ser posteriormente analisada em um laboratório.

Tratamento

O tratamento vai depender de diversos fatores, incluindo:

  • Localização;
  • Tamanho;
  • Quantidade de pólipos;
  • Tipo de crescimento celular: benigno ou maligno.

Se houver risco de os pólipos no intestino se transformarem em um câncer, o médico pode sugerir a remoção cirúrgica dos pólipos. Se não houver essa necessidade, os pólipos são tratados com mudanças no estilo de vida.

A remoção cirúrgica pode ser feita por meio de vários procedimentos. Exemplos incluem:

– Colonoscopia

Por meio de uma colonoscopia, os médicos usam um instrumento cirúrgico de corte ou uma alça de arame eletrificado na ponta de um colonoscópio para remover o pólipo – procedimento conhecido também como polipectomia.

Se os pólipos forem muito pequenos, a equipe médica injeta um líquido embaixo dos pólipos para que eles fiquem mais visíveis, facilitando a remoção.

– Laparoscopia

A laparoscopia é um procedimento um pouco mais invasivo do que uma colonoscopia. Nesse caso, o médico cirurgião faz uma pequena incisão no abdômen ou na pelve e insere um laparoscópio no intestino.

Esse instrumento permite a remoção de pólipos muito grandes ou que não podem ser removidos com segurança através de uma colonoscopia.

– Remoção do cólon e do reto

A proctocolectomia total ou remoção do cólon e do reto é indicado quando o paciente sofre de uma condição grave de saúde ou de um câncer. Geralmente, essa é uma opção válida para pessoas que têm doenças hereditárias raras como a polipose adenomatosa familiar, por exemplo.

Pessoas com essa doença genética desenvolvem pólipos o tempo todo e, por isso, o risco de ter um câncer no cólon ou no reto é muito grande. Assim, ainda que pareça uma solução um tanto quanto exagerada, a remoção do cólon e do reto pode ser a única estratégia realmente eficaz para tratar os pólipos no intestino.

Prognóstico de pólipos intestinais

Pólipos benignos geralmente não são motivos de preocupação, mas tudo vai depender das características de cada paciente. Assim sendo, o acompanhamento médico é indispensável.

Em geral, os pólipos não cancerosos e que não causam sintomas não precisam de intervenção médica, mas a partir do momento que os pólipos interferem na sua rotina ou passam a se multiplicar, pode ser indicada a remoção cirúrgica.

Uma vez retirados, a chance de os pólipos no intestino surgirem novamente é de 30% e, por isso, é importante visitar o médico regularmente nos primeiros anos posteriores à cirurgia para monitorar o local e verificar se há novos pólipos.

Prevenção

Os especialistas acreditam que pólipos no cólon podem ser evitados através da adoção de um estilo de vida mais saudável que deve incluir:

  • A prática de atividades físicas;
  • A manutenção de um peso saudável;
  • Uma alimentação saudável rica em frutas, legumes e cereais integrais;
  • A limitação do consumo de bebidas alcoólicas;
  • A abstenção do uso de tabaco.

Pessoas que já apresentam pólipos ou câncer de cólon e passaram por um tratamento podem precisar tomar aspirina ou inibidores da COX-2, que são medicamentos que podem impedir a formação de novos pólipos. Mas o uso desses remédios só deve ser feito sob orientação e prescrição médica.

Se você tem um histórico médico familiar de pólipos intestinais, informe ao seu médico para que ele determine o seu risco de ter problemas mais graves e faça um cronograma adequado de visitar ao consultório para acompanhar a condição.

Pólipos pequenos e que não incomodam podem permanecer no organismo, desde que a condição seja monitorada para garantir que eles não estão mais crescendo. Além disso, a inclusão de hábitos saudáveis na rotina pode ajudar não só a prevenir pólipos intestinais como também a manter uma boa saúde de forma geral.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar de pólipos no intestino? Conhece alguém que já foi diagnosticado? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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