Exame de testosterona livre e total – Valores de referência e o que significa

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Vamos mostrar o que é o exame de testosterona livre e total, quais são os valores de referência desse hormônio no organismo de homens e mulheres e explicar o que os resultados deste exame podem significar para a sua saúde.

Conforme os anos vão passando, é natural que o metabolismo mude, assim como haja alterações nos níveis dos hormônios naturalmente presentes no corpo.

Desta forma, é normal a redução dos níveis de testosterona nos homens, o que caracteriza a andropausa, que é semelhante à menopausa nas mulheres. Os homens, entretanto, não se tornam inférteis, o que ocorre é uma redução na produção de espermatozóides, o que consequentemente compromete a sua capacidade reprodutiva.

No entanto, em alguns casos, pode haver uma diminuição na quantidade deste hormônio em homens mais jovens, indicando um possível problema de saúde que deve ser tratado.

A testosterona também está presente nas mulheres, mas em menores concentrações. Todavia, níveis mais altos ou mais baixos deste hormônio também devem ser investigados.

Testosterona

testosterona

A testosterona é o principal hormônio masculino e é responsável pelas alterações no corpo durante a puberdade, pela construção de músculos, engrossamento da voz, surgimento de pelos no peito e na região pubiana e crescimento do pênis.

Esse hormônio também é responsável pela produção de espermatozóides ao longo da vida e pela manutenção do desejo sexual.

Nas mulheres, a testosterona é produzida nos ovários e serve para manter o equilíbrio hormonal e regular outras funções do corpo.

A testosterona também pode ser produzida pelas glândulas suprarrenais em ambos os sexos.

Testosterona livre e total – O que significa

A testosterona está presente sob duas formas em nosso organismo: livre na corrente sanguínea ou ligada à alguma proteína.

Assim, a testosterona livre é o hormônio que não está ligado a nenhuma proteína e é encontrado livremente no sangue. Já a testosterona total corresponde a quantidade total de testosterona produzida pelo organismo, ou seja, a testosterona livre mais a testosterona que está ligada a proteínas.  

Geralmente, a testosterona se liga a proteínas como a albumina e ao hormônio sexual globulina.

O mais comum é que o teste de testosterona seja feito medindo a testosterona total. Apenas para diagnosticar condições mais específicas, o teste de testosterona livre é requisitado pelo médico.

Exame de testosterona livre e total – Para que serve

imagem testosterona

Um teste de testosterona é um exame de sangue solicitado para medir a quantidade de testosterona livre ou total no sangue. Esse valor é geralmente indicado em nanogramas por decilitro de sangue.

O exame de testosterona livre e total pode ser feito tanto em homens quanto em mulheres. No entanto, é mais comum em pessoas do sexo masculino.

Nos homens, esse teste pode ajudar a encontrar o motivo de problemas sexuais, como por exemplo, a redução da libido ou problemas de disfunção erétil. Ele também pode ser solicitado em casos de dificuldades para engravidar a parceira, para investigar se existe alguma relação com o nível de testosterona no sangue.

Além disso, o exame também pode detectar problemas com o hipotálamo, testículos, glândula suprarrenal ou glândula pituitária, que são os órgãos responsáveis por controlar a quantidade de testosterona produzida pelo corpo.

Em mulheres, o exame pode ajudar a investigar a causa de alterações no ciclo menstrual ou pode identificar uma possível dificuldade em engravidar.

O teste também é utilizado para ajudar no diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos, um problema hormonal que pode resultar em períodos menstruais irregulares e dificultar a gravidez.

Por fim, um teste de testosterona também pode diagnosticar tumor nos ovários que podem afetar a quantidade do hormônio produzido pelo corpo.

Em crianças e adolescentes o teste também pode ser solicitado para diagnosticar casos de puberdade tardia ou precoce.

Sintomas de testosterona baixa em homens

No caso dos homens, outros sintomas, além dos mencionados acima, podem fazer com que o profissional da saúde solicite o exame. Alguns sintomas de testosterona baixa ou hipogonadismo, por exemplo, podem precisar de um teste para confirmar a deficiência hormonal. Os principais incluem:

  • Fadiga;
  • Sintomas de depressão;
  • Dificuldade de concentração;
  • Perda de cabelo e pelos faciais;
  • Perda de massa muscular;
  • Redução do desejo sexual;
  • Baixa contagem de espermatozoides;
  • Inchaço nos mamilos;
  • Ginecomastia;
  • Disfunção erétil;
  • Problemas para ter ou manter uma ereção;
  • Tendência à osteoporose;

Sintomas de testosterona baixa em mulheres

  • Problemas de fertilidade;
  • Baixo desejo sexual;
  • Ausência de menstruação;
  • Ressecamento vaginal;
  • Enfraquecimento dos ossos.

Sintomas de testosterona alta em homens

  • Mudanças de humor;
  • Agressividade;
  • Crescimento mais rápido ou anormal de pelos;
  • Atrofia dos testículos;
  • Distúrbios do sono.

Sintomas de testosterona alta em mulheres

  • Pele oleosa e com acne;
  • Pigmentação e espessamento da pele;
  • Engrossamento da voz;
  • Ampliação do clitóris;
  • Perda de cabelo ou sinais de calvície feminina;
  • Ausência de ciclo menstrual;
  • Excesso de pelos no rosto ou no corpo.

Como é feito o teste?

exame de sangue

O exame de testosterona livre e total é feito através um teste de sangue simples, coletado na parte manhã, já que nesse período do dia os níveis de testosterona são normalmente mais altos.

Assim, o exame costuma ser feito entre as 7h e 10h da manhã sem necessidade de jejum. Se necessário, o médico pode pedir para repetir o teste em outro horário para acompanhar as variações hormonais ao longo do dia.

Valores de referência

Os valores de referência de testosterona dependem de vários fatores, como sexo e idade. Nos homens, eles têm relação com a idade e o estágio de maturidade. Já nas mulheres, os níveis de testosterona costumam ser baixos.

Testosterona total

Em homens adultos, os valores de referência de testosterona total são os seguintes:

  • Homens com idade entre 21 e 49 anos devem apresentar testosterona total no intervalo entre 241 a 827 nanogramas por decilitro (ng/dL) de sangue.
  • Homens com 50 anos ou mais devem apresentar testosterona total no intervalo de 87 a 789 nanogramas por decilitro de sangue.

Em mulheres adultas:

  • Mulheres entre 16 e 21 anos devem apresentar níveis de testosterona total entre 17 e 51 nanogramas por decilitro (ng/dL) de sangue.
  • Mulheres com mais de 21 anos de idade, devem apresentar um nível de testosterona total no intervalo de 12 a 60 nanogramas por decilitro de sangue.
  • Mulheres na menopausa devem ter testosterona total no intervalo de 2 a 49 nanogramas por decilitro de sangue.

Testosterona livre

Os níveis de testosterona livres variam de acordo com o laboratório, e, nos casos das mulheres, também em função da fase do ciclo menstrual bem como da idade.

  • Homens até 17 anos não tem valores de referência estabelecidos.
  • Homens entre 17 e 40 anos devem apresentar níveis de testosterona livre entre 3 e 25 nanogramas por decilitro (ng/dL) de sangue.
  • Homens entre 41 e 60 anos devem apresentar esse valor entre 2,7 e 18 nanogramas por decilitro de sangue.
  • Homens acima de 60 anos, os valores de testosterona livre devem estar entre 1,9 e 19 nanogramas por decilitro de sangue.

Em mulheres adultas:

  • Mulheres em fase folicular do ciclo menstrual devem apresentar um nível de testosterona livre entre 0,2 a 1,7 nanogramas por decilitro (ng/dL) de sangue.
  • Mulheres no meio do ciclo esse valor é de 0,3 a 2,3 nanogramas por decilitro de sangue.
  • Mulheres em fase lútea, o níveis de testosterona livre deve estar ente 0,17 e 1,9 nanogramas por decilitro de sangue.
  • Mulheres na pós menopausa devem apresentar esse valor entre 0,2 e 2,06 nanogramas por decilitro de sangue.

Interpretação do resultado

laboratório homem segurando frasco

Possíveis causas de testosterona baixa em homens

Dentre os principais motivos de apresentar testosterona baixa no organismo, destacam-se:

  • Puberdade tardia;
  • Doença hipotalâmica;
  • Infertilidade;
  • Doenças crônicas como a diabetes;
  • Doença hipofisária;
  • Danos no fígado;
  • Abuso de álcool;
  • Lesão nos testículos devido a um trauma, abuso de álcool ou caxumba;
  • Doenças genéticas como a síndrome de Klinefelter, a síndrome de Kallmann e a distrofia miotônica (distrofia muscular rara).

Possíveis causas de testosterona alta em homens

A testosterona em excesso também pode ser um problema para o os homens, podendo indicar:

  • Puberdade precoce;
  • Hipertireoidismo ou tireóide hiperativa;
  • Hiperplasia adrenal congênita;
  • Tumor testicular;
  • Síndrome de insensibilidade androgênica;
  • Tumor adrenal;
  • Uso de esteroides anabolizantes ou andrógenos.

Possíveis causas de testosterona alta em mulheres

Níveis baixos de testosterona em mulheres é a condição ideal. Quando há muita testosterona no organismo feminino, isso pode indicar um dos seguintes problemas:

  • Síndrome do ovário policístico;
  • Tumor adrenal;
  • Câncer no ovário;
  • Infertilidade;
  • Hiperplasia adrenocortical congênita.

No caso das mulheres, o exame de testosterona livre é o mais importante para diagnosticar problemas de infertilidade.

Além de todas as condições mencionadas acima que podem ser responsáveis por alterações no exame de testosterona livre ou total, o uso de alguns medicamentos também pode ser o fator responsável pela redução ou aumento dos níveis desse hormônio.

Por esse motivo, é importante mencionar todos os medicamentos ou suplementos que você esteja tomando na hora de realizar o teste.

Alguns medicamentos que podem influenciar os resultados do exame incluem:

  • Terapia androgênica;
  • Anticonvulsionantes;
  • Terapia estrogênica;
  • Esteroides;
  • Barbitúricos;
  • Clomifeno.

O que fazer

Em geral, as mulheres não precisam se preocupar em verificar os níveis de testosterona no organismo, pois eles são normalmente baixos. Se aumentarem por algum motivo, sintomas vão ser observados e será necessário consultar um médico.

Já entre os homens, é normal que após atingir a maturidade, a quantidade de testosterona comece a diminuir. Mas é importante verificar se os níveis estão de acordo com a idade para detectar e prevenir precocemente possíveis problemas de saúde.

Em alguns casos, pode ser prescrita uma terapia de reposição hormonal para normalizar os níveis de testosterona.

Porém, a maioria dos suplementos de testosterona não são aprovados por órgãos de saúde devido aos efeitos colaterais que esse tipo de produto pode causar.

Alguns estudos indicam que a reposição hormonal com testosterona pode:

  • Agravar um câncer de próstata pré-existente;
  • Aumentar o risco de derrames e ataques cardíacos;
  • Causar apneia do sono;
  • Promover o crescimento da próstata;
  • Limitar a produção de espermatozoides.

O ideal é tentar repor a testosterona de forma natural através de uma alimentação adequada, exercícios físicos e redução do estresse para regular e estimular a síntese hormonal no organismo.

Procure um médico para tentar detectar a causa dos seus níveis anormais de testosterona e fazer o tratamento adequado. Dependendo dos resultados obtidos, o médico pode solicitar exames complementares para ajudar no diagnóstico, como os seguintes testes:

  • 17-Hidroxiprogesterona: Níveis anormais dessa substância detectam uma condição chamada de hiperplasia adrenal congênita, que afeta diretamente a produção de hormônios.
  • Androstenediona: Esse hormônio serve para verificar se suas glândulas suprarrenais (responsáveis pela liberação dos hormônios da tireoide), ovários ou testículos estão funcionando de modo adequado.
  • Biópsia: Em caso de suspeita de tumores, o médico pode solicitar uma biópsia.
  • DHEA: A dehidroepiandrosterona é um hormônio que, quando em níveis anormais, pode indicar problemas ou presença de tumores nas glândulas suprarrenais.
  • Estrógenos: A medida dos níveis de estrogênio no organismo pode ajudar no diagnóstico de problemas de infertilidade ou a chegada da menopausa.
  • Hormônio folículo-estimulante ou hormônio luteinizante: Esses hormônios servem para identificar a fertilidade e a puberdade das mulheres.
  • Prolactina: A verificação dos níveis de prolactina pode auxiliar no diagnóstico de corrimento mamário, falta de menstruação, infertilidade ou redução do desejo sexual em mulheres.
  • Análise de sêmen: Esse teste serve para analisar o número, tamanho e a motilidade dos espermatozoides (a capacidade de se moverem) em uma amostra, diagnosticando assim problemas relacionados à fertilidade e à disfunção erétil.

Considerações

Procurar um médico e realizar os exames solicitados é a melhor forma de descobrir a causa real da alteração de testosterona no organismo.

Tratar a causa pode ser muito mais eficaz do que fazer uma terapia de reposição hormonal, que além de não resolver o problema por trás dos níveis hormonais alterados, pode resultar em efeitos adversos indesejados que podem ser graves.

Portanto, sempre consulte seu médico e siga as orientações de tratamento.

Vídeo: Exame de testosterona

Assista os vídeos a seguir para saber mais sobre o exame de testosterona e conhecer alimentos que podem ajudar a aumentar o hormônio.

Vídeo: 10 alimentos para aumentar a testosterona

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1 comentário em “Exame de testosterona livre e total – Valores de referência e o que significa”

  1. Estranho como já no século 21, sabe-se tão pouco sobre o funcionamento dos hormônios, principalmente os sexuais. Cada matéria que se lê sobre o assunto, contradiz outra. O papel do Cortisol, aromatase, 5-alfa redutase, etc. Ora dizem que a 5-alfa redutase converter testosterona em dihidrotestosrerona, ora dizem aumenta a próstata, depois vem com a dehdroepiandrosterona como precursora da testosterona ou vice-versa, omitem a existência de medicamentos que estimulam a produção natural de testosterona agindo no inicio da cadeia de comando glandular, enfim, você tem que tentar montar o quebra-cabeça! Não me surpreende que DHEA e reposição hormonal bio-idêntica para homens, sejam tão dificultadas por médicos. Afinal, seguem as diretrizes da ONU/OMS/ANVISA, que têm por meta, justamente, enfraquecer cada vez mais o vigor e desejo sexual masculino e consequente redução populacional! Também a FAO, incentivando cada vez mais, a presença de fitoestrógenos em nossa base alimentar. Não vena com essa de que reposição de testosterona causa aumento ou câncer de próstata. Na verdade, é, exatamente, a redução da produção de testosterona que leva ao declinio do organismo masculino e problemas de próstata, como afirmam alguns poucos médicos isentos. Por quê homens até 30 anos, portanto no pico de testosterona, não têm câncer de próstata?

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