Cerca de três anos após o diagnóstico de aneurisma, Juliette, 34 anos, detalha como conciliou a notícia com o lançamento de seu primeiro projeto musical. Após meses, a famosa descobriu que havia passado por um erro médico e, na verdade, tinha uma formação atípica da artéria, condição rara.
O assunto veio à tona durante a participação da vencedora do “BBB 21”, reality show da TV Globo, no programa “De Frente com Blogueirinha”. A apresentadora questionou se Juliette escutava as faixas de seu primeiro álbum.
“Eu me acho meio vulnerável quando eu escuto. Não pelas músicas, mas pelo período em que eu me encontrava. Eu me sinto muito frágil, de verdade. Foi quando eu descobri o aneurisma”, justificou a cantora. A descoberta aconteceu em agosto de 2021
O processo de criação do álbum também não foi fácil pelo mesmo motivo: “Eu estava gravando com um nó na garganta. É difícil escutar esse disco pra mim, porque eu sei que eu estava querendo chorar”.
A mesma condição tirou a vida da irmã da paraibana, Julienne, aos 17 anos. A jovem morreu em decorrência de um AVC, causado originalmente por um aneurisma que se rompeu. Em 2019, a mãe de Juliette, dona Fátima, também sofreu um AVC.
Diagnóstico errado
Essa não foi a primeira que Juliette falou sobre o diagnóstico. Em 2022, durante o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, a cantora admitiu que demorou a fazer a cirurgia por sentir medo do que poderia acontecer, especialmente devido ao trauma familiar.
“Não falei (publicamente antes) porque não estava preparada para isso. Precisava me curar antes de me abrir. Minha mãe, além do AVC, tinha um buraquinho no coração, um forame, que era um dos meus propósitos de ganhar o ‘Big Brother’”, relatou.
Juliette também contou como descobriu o problema de saúde: “Ela foi fazer essa cirurgia em São Paulo. Quando cheguei lá, – eu já tinha feito outros exames no cérebro e não tinha dado nada – a doutora disse: Vamos fazer um check-up”. E eu falei não”.
“Passei uma hora dentro da máquina, recebendo contraste na veia, e na minha cabeça: ‘Sei que chegou a hora e vou saber que tenho um aneurisma’, era uma certeza no meu coração que não sabia de onde vinha”, detalhou.
E, de fato, a confirmação veio naquele momento: “Quando saio, a médica já tinha reunido uma equipe de neurologistas e disse: ‘Você tem um aneurisma exatamente no mesmo lugar que sua irmã tinha, e pelo seu histórico a gente quer investigar para saber o melhor procedimento. É pequeno, mas é numa das principais artérias’. Eu tinha certeza de que minha missão tinha sido cumprida, que o propósito era esse”.
Juliette admitiu não ter conseguido aproveitar o sucesso de seu primeiro álbum, homônimo. “Todo mundo festejando e eu engolindo a dor de saber que tinha o mesmo problema que minha mãe e minha irmã. As pessoas me pediam sorriso, foto, alegria, pediam que eu mostrasse minha vida, tudo… E eu não tinha nada. Só medo e aceitação”, confessou.
“(…) Enquanto as pessoas estavam pensando no futuro, eu nem sabia se ia ter. E passei três meses sem querer saber disso, fingindo que nem tinha acontecido, que estava bem e que não tinha aneurisma”, lamentou.
A artista mudou de ideia e procurou o tratamento após a morte de Marília Mendonça, vítima de um acidente de avião. “Estava na cama com meus amigos, e eles falando: ‘Vai fazer, Juliette’. Senti algo muito forte. A gente olhou o celular e foi no dia que a Marília Mendonça morreu. Aí todo mundo ficou chorando e disse assim: ,Vamos fazer isso’”, analisou.
“É muito ruim perder alguém assim. Liguei para o médico. Preparei tudo, reuniram a equipe de neuros e fui para São Paulo”, contou.
Chegando lá, o médico confirmou o diagnóstico de aneurisma e iniciaram o tratamento. “O médico falou: ‘Vai fazer o cateterismo, ver a dimensão. Coloca a prótese ou fecha, e faz a cirurgia aberta ou não faz nada se for inoperável’. Aí, me despedi. Tomei anestesia geral, fui para a mesa de cirurgia já com a certeza de que se terminasse ali estava tudo bem. Fiz minha parte, enfim”, explicou.
No entanto, saindo da cirurgia, as notícias foram diferentes: “Aí acordo, e o médico diz: ‘Não tinha aneurisma. Todos tinham certeza, já estava escolhendo o tamanho da sua prótese’. É uma formação atípica, que raríssimas pessoas têm’. Ele acredita que foi um caso em um milhão. Acredito que foi um milagre, porque minha vida é isso. Vivo de milagres. Estou aqui!”, celebrou, por fim.