Saber como liberar endorfina naturalmente é um dos caminhos para evitar sintomas depressivos, de tristeza, ansiedade e até mesmo baixa autoestima. Conheça os métodos comprovados cientificamente que te ajudarão a liberar o conhecido hormônio da felicidade.
Endorfina é um neuro-hormônio capaz de estimular sensações de prazer e bem-estar no corpo humano e que nem todos sabem que existem formas naturais e simples de estimular a liberação desse hormônio.
A endorfina reage no corpo humano evitando e amenizando os sintomas de estresse e dor. Sendo assim, é uma substância importante para uma vida equilibrada e feliz.
É normal relacionarmos a liberação de endorfina à prática esportiva ou de exercícios físicos. Embora isso seja verdade, a liberação do hormônio pode ser alcançada de formas alternativas e até mesmo pela alimentação. Conheça algumas dessas formas:
1. Chocolate Amargo
O chocolate não é apenas bom aliado na prevenção de doenças cardiovasculares, mas também auxilia liberação de endorfina, devido às substâncias químicas presentes nele. No entanto, para que os efeitos sejam benéficos ao corpo humano, é necessário que a variedade ingerida seja a versão amarga. Sendo assim, opte por chocolates com, ao menos, 70% de cacau em sua composição.
Quando esse doce é ingerido, não é apenas a endorfina que é liberada, mas a dopamina, serotonina e ocitocina. Esse quarteto faz com que a sensação de alegria e bem-estar seja ainda mais vigorosa.
Além disso, os chocolates possuem flavonoides em sua composição. Esse elemento está associado, segundo inúmeros estudos, à retenção da memória.
No entanto, uma barra de chocolate contém, em média, 800 calorias. Para evitar a aquisição de peso oriunda desse doce, recomenda-se que o consumo seja feito em doses homeopáticas. Sendo assim, a ingestão de 10 e 15g de chocolate amargo ao dia é suficiente para ser benéfico ao seu cérebro e ao seu coração.
2. Vinho
O vinho é uma bebida cuja qual muitas pessoas são adeptas. Seja a versão suave, seco ou demi, tinto ou branco, os amantes da bebida feita à base de uva são inúmeros. A grande novidade é que ela é capaz de desencadear reações de bem-estar no cérebro humano.
De acordo com pesquisa publicada no Journal of Neuroscience, consumir uma pequena quantidade de vinho ao dia é capaz de aumentar a produção de endorfina no cérebro. Constatou-se, ainda, que tanto o vinho tinto quanto o vinho branco possui tal benefício, além de contarem com antioxidantes – elemento essencial para a prevenção de danos causados pelos radicais livres no organismo.
Ademais, o vinho tinto, devido ao resveratrol que possui em sua composição, é capaz de reduzir inflamações e auxiliar na proteção da saúde arterial.
Uma taça de vinho ao dia é a quantidade suficiente para que o álcool não seja nocivo e você possa desfrutar das sensações de prazer que são desencadeadas quando a endorfina é liberada.
3. Vitaminas do Complexo B
Anita Sturnham, médica norte-americana, pontua que as vitaminas do complexo B são importantes para a produção de endorfina. A B6 – piridoxina – é um nutriente essencial para o sistema nervoso central. Esse tipo de vitamina é importante para que certos neurotransmissores sejam produzidos adequadamente no cérebro. Dentre eles, a endorfina, dopamina, serotonina e noradrenalina.
Já a deficiência de vitamina B6, por sua vez, podem fazê-lo passar por sensações de irritabilidade, falta de concentração e até mesmo perda de memória de curto prazo.
Alimentos como o arroz integral, carnes, legumes e cereais integrais são fontes de vitamina B6 e, portanto, podem integrar o cardápio para que o hormônio seja produzido adequadamente.
Já a vitamina B12, juntamente com a B6 e B9, irão auxiliar na melhora da concentração e humor, explica Sturnham, pois são necessárias para permitir que o organismo sintetize e regule os neurotransmissores.
4. Alimentos Apimentados
O sabor apimentado nos alimentos é algo que muitas pessoas prezam. Além do prazer de sentir o gosto picante, a capsaicina é um composto químico presente nas pimentas e que tem relação com as proteínas e receptores de dor presente nas células nervosas do nariz e boca.
Quando uma comida apimentada é ingerida, os impulsos nervosos produzidos passam pelo nervo trigêmeo em direção ao cérebro. Isso é o que resultará na sensação de ardor.
Esses receptores também reagem ao calor. Isso quer dizer que os alimentos muito condimentados, ao serem consumidos quentes, oferecem o efeito de forma ainda mais intensa.
Essa sensação negativa de queimação que você sente quando alimentos apimentados e condimentados são consumidos, é compensada pelo corpo por meio da liberação de endorfina.
Além disso, os alimentos com bastante condimentos são capazes de matar patógenos – substâncias que podem desencadear doenças – presentes no organismo, além de promover a transpiração e, consequentemente, sendo útil para regular a temperatura do corpo.
5. Meditação
Parar por alguns instantes, relaxar e se concentrar em meditar é um ato que provoca o desencadeamento de endorfina, assim como melatonina, dopamina e serotonina. Essa combinação hormonal adentra na corrente sanguínea fazendo com que sinta mais calmo, relaxado e feliz.
Em um estudo feito por Harte, Eifert e Smith, em 1995, constatou-se que os efeitos da meditação, em termos hormonais, são semelhantes aos efeitos de praticar corrida. Ambas as práticas liberam endorfina e proporcionam a sensações positivas de satisfação.
Uma das vantagens da meditação é que se trata de algo simples e que não requer nenhum instrumento. Se você não é adepto, pode simplesmente escolher um local calmo e silencioso, sentar-se ou deitar-se. Algumas pessoas ainda optam por incensos com aromas que considerem agradáveis, bem como músicas relaxantes.
Concentrar-se na respiração e se desprender dos pensamentos do dia a dia, de problemas e situações desconfortáveis é uma forma de atingir um estado de descanso e relaxamento.
6. Exercício Físico
Há anos a liberação de endorfina vem sendo associado à prática de exercícios físico, como a corrida. Essa suspeita, no entanto, foi comprovada em 2008, quando a medição de endorfina se tornou possível graças a exames cerebrais imagéticos.
Após atividades físicas, constatou-se que os atletas e pessoas adeptas à corrida passam por um prolongado sentimento de vigor. A partir do uso das tomografias de emissão de pósitrons, os pesquisadores puderam comprovar a relação entre a prática esportiva e a emissão de endorfina.
Tendo isso constatado, alguns médicos recomendam exercícios regulares como tratamento auxiliar para combater sintomas de ansiedade e depressão. Trata-se de uma prática que pode ser conjugada com outros tipos de tratamentos.
7. Alimentos com Ômega 3
Alimentos como peixes de água salgada – salmão, cavala e sardinha, por exemplo – além de alguns vegetais, são fonte de ômega 3. Esse ácido graxo possui inúmeros benefícios ao corpo humano, e o organismo não é capaz de produzi-lo. Sendo assim, a ingestão desse tipo de substância é importante para regular o humor, ansiedade e sintomas depressivos.
Essa substância também pode ser encontrada em sementes como chia e é capaz de manter as membranas celulares fluidas e flexíveis. Consequentemente, elas poderão se comunicar mais efetivamente entre si. Como resultado, poderão ajudar no funcionamento do neurotransmissor e liberação de endorfina.
8. Acupuntura
Muitos estudiosos e profissionais da área atribuem à acupuntura o título de melhor forma de liberar endorfina. Segunda Emma Cannon, especialista em fertilidade, quando as agulhas são inseridas no corpo, em pontos estratégicos, a endorfina é liberada ocasionando um sentimento eufórico.
Como resultado disso, a saúde, de forma geral, responde beneficamente, uma vez que quando a liberação de endorfina ocorre efetivamente e o indivíduo se sente feliz e relaxado, o corpo é capaz de combater e prevenir doenças de maneira mais eficaz.
Quando uma pessoa é submetida frequentemente a situações estressantes, no serviço, em casa ou em qualquer ambiente, a digestão não ocorre adequadamente, assim como o sono. Isso faz com que o corpo responda negativamente e acelere o processo de envelhecimento. Nessas situações, o cortisol – hormônio que afeta negativamente a saúde – também é liberado com maior frequência.
9. Sexo
A prática sexual é uma das grandes atividades relaxantes e desestressantes da natureza. Além disso, a queima de calorias pode ser significativa, a depender da intensidade e do tempo da prática.
Presume-se que um aumento dos níveis de endorfina durante a atividade sexual em humanos contribua para a ligação e o vínculo entre os parceiros, semelhante ao de uma mãe e seu recém-nascido.
Além disso, ocitocina também é liberada durante o ato sexual, acentuando a sensação de alegria e prazer.
Por Que Endorfina é Tão Importante?
Ao promover a sensação de bem-estar a satisfação, a liberação endorfina é capaz de sustentar outros benefícios ao corpo humano, tais como:
Redução de Estresse e Ansiedade
Em um estudo feito em ratos, constatou-se que a liberação de endorfina está efetivamente ligada aos níveis de ansiedade. Embora seja necessário que mais estudos em humanos sejam feitos, é possível afirmar que o hormônio, por promover sensação de bem-estar, contribui com a diminuição da sensação de estresse.
Alivia Sintomas Depressivos
Pode-se estabelecer a relação contrária do hormônio cortisol à endorfina. A produção de cortisol é elevada quando crises depressivas se instauram.
Em um estudo publicado pela PubMed Central, a cada cinco pessoas, uma passará por quadros depressivos em algum momento de sua vida. Muitos especialistas recomendam a prática de exercícios para ajudar nesses quadros justamente pelo fato de o corpo liberar endorfina quando está se exercitando e, consequentemente, combater os sintomas desencadeados de tristeza e angústia.
Melhora na Autoestima
Conjugado à sensação de prazer a felicidade, a endorfina é capaz de te fazer sentir otimista e confiante, o que é capaz de elevar sua autoestima.
Em um estudo publicado, homens foram submetidos a testes que comprovaram a relação entre a liberação endorfina e a maneira como compreendem a si mesmos, sentindo-se mais vigorosos e confiantes.
O fato é que a endorfina se mostra como um hormônio essencial para uma vida tranquila, agradável e equilibrada. Isso a coloca em uma posição de destaque dentre os elementos que promovem sensações satisfatórias e, sendo assim, recorrer às práticas que permitem sua elevação é algo benéfico a todos os seres humanos.
Fontes e Referências Adicionais:
- https://www.sciencedaily.com/releases/2008/04/080407114617.htm
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7669835
- https://www.researchgate.net/publication/47792364_Effects_of_exercise_and_physical_activity_on_depression
- http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/heart-disease/in-depth/red-wine/ART-20048281
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3104618/