Outras Condições

8 Alimentos que Mais Provocam Alergia

Publicado por
Dra. Patricia Leite

Se você não sofre com algum tipo de alergia alimentar, é possível que conheça alguém que apresente o problema. Isso porque a alergia alimentar é uma condição que atinge aproximadamente 6% das crianças e 3,5% dos adultos no Brasil.

Ter uma alergia alimentar significa precisar tomar bastante cuidado com os alimentos que consome e ler minuciosamente e embalagem de todos os produtos para não correr o risco de ingerir o alérgeno responsável pelo problema.

Quando uma pessoa sofre com a condição, o seu organismo confunde um alimento ou uma substância presente naquele alimento com algo perigoso. A partir disso, a resposta do sistema imunológico é fazer com que as células liberem anticorpos para neutralizar o alérgeno.

Então, a próxima vez em que mesmo uma quantidade pequena da comida ou da substância encontrada na comida em questão for ingerida, ao perceber a sua presença os tais anticorpos vão acionar o sistema imunológico para que ele libere a chamada histamina e outras substâncias químicas na corrente sanguínea, resultando assim nos sintomas de uma reação alérgica.

Mas quais podem ser esses sintomas? Bem, a lista inclui coceira ou formigamento na boca, urticária (erupção ou lesão na pele com manchas ou placas vermelhas e coceira), eczema (inflamação que deixa a pele vermelha, escamosa e, algumas vezes, com rachaduras ou pequenas bolhas), inchaço nos lábios, rosto, língua, garganta ou outras regiões do corpo, sibilo (chiado no peito), congestão nasal, dificuldade para respirar, dor abdominal, diarreia, náusea, vômito, tontura, vertigem e desmaio.

Uma alergia alimentar ainda pode resultar em uma reação alérgica grave, chamada de anafilaxia, que envolve sintomas como constrição e restrição das vias respiratórias, inchaço na garganta ou sensação de caroço na garganta que dificulta a respiração, pulso rápido, perda de consciência, tontura, vertigem e choque com uma redução severa na pressão arterial.

A anafilaxia é uma emergência médica que exige o encaminhamento imediato ao hospital, uma vez que se não for devidamente tratada pode levar ao coma e até mesmo a morte. As informações são da Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos.

8 alimentos que mais causam alergia

Uma vez que uma alergia alimentar pode gerar reações não apenas incômodas mas também perigosas, vale a pena conhecer os alimentos que podem desencadear o problema e ficar atento em como o organismo reage a eles, não é mesmo? É isso o que você confere na lista a seguir:

1. Ovos

A alergia alimentar ao ovo é mais frequente nas crianças. A condição é desenvolvida quando o alimento é introduzido pela primeira vez na dieta e ocorre uma reação à proteína do alimento, que está presente principalmente na clara, mas também pode aparecer na gema.

Os sintomas da alergia ao ovo são leves e incluem reações como urticária, congestão nasal, vômito e outros problemas de ordem digestiva. A boa notícia é que é possível que a condição pode desaparecer durante a adolescência.

No entanto, é preciso de acompanhamento médico para confirmar que o adolescente realmente está livre da alergia ao ovo antes que ele passe a consumir o alimento de maneira normal.

2. Leite

É outro tipo de alergia alimentar que é mais comum nas crianças. A alergia ao leite traz sintomas que variam de indivíduo para indivíduo e podem ir do nível leve ao grave, como erupção cutânea, comichão na boca, dificuldade para respirar, vômito, inchaço na boca e até mesmo a temida anafilaxia.

O leite que geralmente provoca a alergia alimentar é o leite de vaca, entretanto, o problema também pode ser desencadeado pelo leite de cabra, de ovelha ou de outros mamíferos. Mas atenção: a alergia alimentar o leite é diferente da intolerância à lactose.

A alergia ao leite também pode desaparecer quando as crianças já estão mais crescidas, aproximadamente aos cinco anos de idade. Entretanto, antes de reintroduzir o leite à dieta do pequeno é fundamental ter o acompanhamento médico, para se certificar de que o problema realmente foi solucionado e saber como fazer isso de maneira segura.

3. Amendoim

A lista de sintomas comuns da alergia alimentar ao amendoim abrange rinite, reações na pele, formigamento na boca, formigamento na garganta, falta de ar, e problemas digestivos. Mas atenção: a condição é uma das principais causas de reações alérgicas graves, ao ponto de mesmo quantidades pequenas do alimento ou o contato indireto com ele poderem causar anafilaxia.

É possível que algumas crianças que sofrem com a alergia ao amendoim consigam superar o problema, no entanto, também existe a possibilidade de que ele retorne futuramente. Portanto, é essencial ficar bem atento aos sintomas e tomar bastante cuidado com o alimento e com os produtos à base de amendoim.

4. Nozes

Quem sofre com a alergia ao amendoim possui grandes chances de apresentar também a alergia ao grupo das nozes – que é composto por amêndoas, avelãs, castanhas-do-pará, castanhas de caju, nozes de macadâmia, nozes pecan, pinhões, pistaches e outros.

Isso porque a alergia alimentar às nozes é uma reação do organismo às proteínas contidas nesses alimentos e as mesmas proteínas presentes nas nozes também são encontradas na composição do amendoim.

A alergia às nozes provoca sintomas semelhantes ao de outras alergias alimentares, que pode variar no nível leve ao grave. A condição costuma persistir e é raro que o problema desapareça ao longo do tempo.

5. Soja

As pessoas que apresentam a alergia alimentar à soja precisam ter muita atenção com os alimentos processados usados na dieta, uma vez que muitos deles podem contê-la na sua lista de ingredientes, e a todos os alimentos à base de soja.

Os sintomas mais comuns da condição são: urticária, coceira na boca, pele vermelha, cólica abdominal e inchaço. No entanto, ela também pode provocar uma reação alérgica grave em alguns casos.

A alergia à soja é desenvolvida geralmente nos primeiros anos de vida da criança. Embora algumas consigam superar o problema, outras permanecem alérgicas ao alimento durante a vida adulta. Por isso, ao suspeitar que a condição foi solucionada, é necessário procurar o auxílio médico antes de começar a reintroduzir a soja na dieta.

6. Peixe

A alergia ao peixe é classificada como uma das alergias mais comuns em crianças, ao lado da alergia ao leite e da alergia ao ovo. Os sintomas da condição podem ser mais leves, como diarreia e vômito, por exemplo, ou mais graves e incluir anafilaxia ou até a morte.

O problema geralmente permanece ao longo dos anos, porém é possível que uma pessoa seja alérgica a um tipo de peixe, mas não apresente a mesma reação a outro. Além disso, um indivíduo com alergia a um peixe não é necessariamente alérgico a mariscos.

7. Frutos do mar (crustáceos e moluscos)

É deste grupo que faz parte a famosa alergia ao camarão. As alergias aos frutos do mar provocam sintomas variados, que vão do nível leve ao grave. Ao passar mal após consumir frutos do mar é importante procurar o auxílio médico para verificar do que realmente se trata o problema, uma vez que uma intoxicação pela ingestão de mariscos pode ser confundida com uma alergia.

Enquanto alguns pacientes manifestam reações alérgicas a todos os moluscos, outras pessoas apresentam o problema em frente a somente alguns deles. A condição costuma persistir ao longo de toda a vida do indivíduo afetado por ela.

8. Glúten

Embora não seja classificada exatamente como uma alergia, a doença celíaca é uma reação imune do organismo ao contato com as proteínas do glúten, substâncias presentes no trigo, na cevada e no centeio.

Para quem sofre com a condição, a ingestão dessas proteínas dispara uma resposta imune no intestino delgado, que resulta em problemas como má absorção de nutrientes, diarreia, fadiga e inchaço. A doença celíaca também pode ser uma das causas da anemia.

Os sintomas da doença celíaca variam bastante em crianças e adultos. Nos adultos, eles podem incluir outros problemas digestivos como gases, dor abdominal, náusea, vômito e prisão de ventre. Já os sintomas digestivos da doença celíaca que podem ser observados nas crianças são: náusea, vômito, diarreia crônica, barriga inchada, prisão de ventre, gases e fezes pálidas com cheiro ruim.

O problema também pode gerar outros sinais para os adultos como perda de peso, osteoporose, osteomalacia (raquitismo: enfraquecimento e amolecimento dos ossos), dermatite herpetiforme (erupções com bolhas e coceira na pele), úlceras na boca, dor de cabeça, hiploespenismo (diminuição do funcionamento do baço) e lesões no sistema nervoso como dormência e formigamento nas mãos e nos pés, problemas de equilíbrio e comprometimento cognitivo.

Para as crianças, o fato da doença celíaca impedir a absorção a absorção apropriada de nutrientes pode gerar danos ao esmalte dos dentes, perda de peso, irritabilidade, estatura baixa, atraso na puberdade e sintomas neurológicos como dores de cabeça, convulsões, falta de coordenação muscular, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, transtornos de aprendizagem e insuficiência de crescimento para crianças pequenas. As informações são da BBC e da Mayo Clinic.

Quem experimentar qualquer um dos sintomas associados às alergias alimentares mencionados acima ou apresentar outro tipo de efeito colateral ao consumir um desses alimentos precisa procurar a ajuda médica para descobrir se realmente pode sofrer com uma alergia e saber como se cuidar caso a doença seja diagnosticada.

Mesmo que o sintoma experimentado seja leve, é necessário procurar a ajuda médica porque existe o risco de que nas próximas vezes a reação alérgica não seja tão moderada assim. Como não dá para arriscar ter uma reação grave como a anafilaxia, o melhor é checar se não é necessário retirar algum alimento da dieta, não é mesmo?

Você possui alguma alergia alimentar das citadas acima? Como costuma substituir o alimento e evitar os seus sintomas? Comente abaixo!

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Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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