Já se sabe que ter certas condições de saúde pré-existentes pode dificultar o tratamento contra o coronavírus. Aqui você vai encontrar quais são esses problemas de saúde que podem te colocar dentro do grupo de risco da infecção viral e saber como se proteger.
Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), algumas pessoas têm um risco maior de desenvolver complicações decorrentes da infecção pelo coronavírus. Além da idade mais avançada, as pessoas que sofrem de condições crônicas de saúde como as doenças cardíacas, a diabetes, as doenças pulmonares e algumas condições de saúde mental podem estar mais propensas a sofrer complicações por causa da Covid-19.
Desde o surgimento do vírus, muito se fala na mídia sobre os riscos das pessoas com pressão alta e diabetes de contrair o novo coronavírus. Essa preocupação não é à toa. De fato, grande parte das pessoas que morreram ou sofreram complicações graves devido ao coronavírus apresentavam algum problema de saúde anterior.
Mas calma, mesmo estando no grupo de risco, é possível lutar contra a infecção e ter bons resultados. Veja como adotar várias medidas para se manter saudável durante o surto de coronavírus por meio de atividades físicas que podem ser feitas em casa e através de uma alimentação balanceada.
Saiba agora por que certas condições elevam o risco de complicações e entenda o que você pode fazer se você estiver dentro de algum desses grupos de risco.
1. Doença cardíaca e hipertensão
A doença cardíaca em si já é um fator de risco para vários outros problemas de saúde. As pessoas com problemas no coração geralmente também têm outras condições como hipertensão, colesterol alto, diabetes e doenças pulmonares.
De acordo com o cientista e médico William Li, autor do livro “Eat to Beat Disease: The New Science of How Your Body Can Heal Itself” que trata sobre como uma boa dieta pode ajudar no combate contra várias doenças, tais problemas de saúde enfraquecem o sistema imunológico, deixando o organismo mais indefeso para lutar contra um vírus.
Ainda de acordo com o médico, a febre e os outros sintomas da Covid-19 podem sobrecarregar o metabolismo e estressar ainda mais o coração que já sofre de um problema cardíaco.
A pneumonia, por exemplo, que é uma das possíveis complicações do coronavírus, pode dificultar o transporte de oxigênio através do sangue, fazendo com que o coração fique ainda mais estressado. A inflamação causada pelo vírus também pode causar danos ao revestimento dos vasos sanguíneos, prejudicando o bombeamento do sangue.
Uma publicação de fevereiro deste ano (2020) do American College of Cardiology compilou algumas recomendações para que pessoas com doença cardíaca se protejam contra o coronavírus. Dentre as principais recomendações, se destacam:
- Manter a caderneta de vacinação atualizada;
- Tomar a vacina anual contra a gripe comum;
- Manter uma dieta saudável;
- Praticar exercícios físicos regulares dentro de casa ou ao ar livre mantendo o distanciamento social recomendado pelas autoridades.
2. Diabetes
Muita gente pode não entender por que quem tem diabetes está em risco de desenvolver graves complicações por causa da Covid-19.
Quem explica isso é a International Diabetes Foundation. Segundo a organização, o sistema imunológico dos diabéticos é mais frágil do que das outras pessoas, o que dificulta o combate contra o vírus. Além do mais, o vírus pode prosperar com mais facilidade quando os níveis de glicose no sangue estão elevados.
Os diabéticos também têm altos níveis de inflamação no organismo, o que aumenta o risco de ocorrer uma pneumonia. Por outro lado, qualquer infecção viral que afeta um diabético pode desregular os níveis de açúcar no sangue devido ao estresse que a nova infecção gera para o corpo.
De acordo com a International Diabetes Foundation, monitorar os níveis de glicose no sangue é essencial para avaliar o estado de saúde em casa, pois infecções em geral aumentam os níveis de açúcar no sangue e essa pode ser uma boa brecha para detectar o coronavírus precocemente, evitando complicações e o contágio de outras pessoas.
3. Doença respiratória crônica
De uma forma geral, as doenças respiratórias crônicas são aquelas que afetam as vias aéreas e dificultam a respiração. A asma, a hipertensão pulmonar, a bronquite crônica e o enfisema pulmonar são problemas respiratórios que colocam o paciente no grupo de risco.
A asma é a doença respiratória crônica mais comum e que pode agravar o quadro de uma pessoa com coronavírus. Confira também os sintomas da asma aos quais você deve ficar atento.
Os indivíduos que têm alguma doença respiratória crônica têm uma propensão maior de desenvolver pneumonia. Nessas pessoas, mesmo uma pneumonia leve pode comprometer o funcionamento dos pulmões e prejudicar a circulação do oxigênio pelo corpo.
É crucial que essas pessoas se protejam, já que a função pulmonar delas já é debilitada. Além dos cuidados básicos de higiene que previnem doenças como lavar bem as mãos e adotar as medidas de distanciamento social, é importante que você continue tomando seus medicamentos normalmente caso sofra de alguma doença respiratória crônica.
4. Câncer
Pessoas que estão lutando contra um câncer ou que passaram por um tratamento quimioterápico ou radioterápico recentemente podem ter o sistema imunológico baixo. Além disso, alguns tratamentos para o câncer podem afetar o sistema respiratório do paciente.
A imunidade baixa pode fazer com que os sintomas do coronavírus sejam muito mais fortes do que em uma pessoa saudável, o que aumenta o risco de complicações como a pneumonia.
5. Doença renal
De acordo com a National Kidney Foundation, quem sofre de doença renal também deve estar atento às recomendações dadas pelos órgãos de saúde em relação à prevenção contra a Covid-19.
Essa recomendação é dada porque as doenças renais crônicas diminuem a imunidade e podem aumentar o risco de complicações respiratórias devido ao coronavírus.
6. Doenças autoimunes
Doenças autoimunes como o HIV, a artrite reumatoide, o lúpus e muitas outras podem aumentar as chances de complicações após a contração do coronavírus. Pessoas com doenças autoimunes produzem células que atacam o próprio sistema imunológico impedindo que o corpo combata infecções e doenças da forma como acontece com pessoas saudáveis.
Assim, esses indivíduos também fazem parte do grupo de risco da Covid-19 por causa da imunidade baixa que eles apresentam.
A recomendação é que essas pessoas continuem tomando seus medicamentos para suprimir o sistema imunológico e adotar os novos hábitos de distanciamento social para reduzir o risco de contágio.
Medicamentos como a hidroxicloroquina e a cloroquina estão sendo testados para tratar a Covid-19, mas a Anvisa alertou que os testes ainda são preliminares. Vale lembrar que esses são remédios cruciais para o tratamento de doenças como o lúpus e a artrite e no momento só devem ser usados por estas pessoas e sob orientação médica.
Outros problemas de saúde
Gail Saltz, professor associado de psiquiatria no NY Presbyterian Hospital Weill-Cornell School of Medicine, afirma que o medo de adoecer e as mudanças na rotina que a pandemia está causando um aumento nos níveis de ansiedade de todos. Mas quem já sofre de um transtorno de ansiedade pré-existente pode sofrer ainda mais.
Segundo o especialista, há o risco de ocorrerem recaídas de sintomas em pessoas que já trataram a ansiedade ou a depressão. Para quem ainda está em tratamento, os sintomas podem ser um pouco mais perceptíveis.
Neste caso, a depressão e a ansiedade não aumentam o risco de complicações do coronavírus, mas podem aumentar o sofrimento em meio à pandemia. Se você sofre de ansiedade ou depressão ou tem um familiar nessa situação, é preciso buscar apoio psicológico – mesmo que seja online – e encontrar uma forma de lidar com a nova rotina imposta pelo combate ao Covid-19.
Em caso de uso de medicamentos controlados, é importante checar se há remédios suficientes por pelo menos algumas semanas e providenciar com antecedência as próximas doses.
As melhores dicas para lidar com a ansiedade ou com sintomas depressivos durante a quarentena incluem ter uma rotina, exercitar-se por pelo menos 30 minutos por dia, fazer atividades relaxantes e procurar praticar a atenção plena (mindfulness) ou exercícios de respiração profunda.
Confira dicas para preservar a sua saúde mental durante a quarentena do Covid-19 que podem te ajudar muito nesse momento.
Considerações
Embora as condições de saúde pré-existentes possam dificultar o tratamento, ter um problema de saúde crônica não aumenta as chances de o vírus te infectar. Assim, seguir as recomendações locais de órgãos de saúde competentes e manter bons hábitos de higiene pode reduzir bastante o seu risco de ter e de espalhar o coronavírus.
Se você sofre de alguma doença que não foi mencionada aqui, entre em contato com seu médico ou com a clínica que te atende e pergunte se você também faz parte do grupo de risco.
A grande maioria dos infectados pela Covid-19 não vai precisar de hospitalização, mas ainda assim o número de pessoas que precisará desse tipo de serviço de saúde é significativo e lotará os sistemas de saúde. Se seu sistema imunológico se encontra fragilizado por qualquer motivo, o melhor é prevenir do que remediar: lave bem as mãos e fique em casa o máximo que puder para zelar pela sua saúde durante a pandemia.
Fontes e Referências Adicionais:
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/coronavirus/symptoms-causes/syc-20479963
- https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/symptoms-testing/share-facts.html
- https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/specific-groups/index.html
- https://health.maryland.gov/docs/coronavirus_FAQ.pdf
- https://www.hrhcare.org/coronavirus-update/
Boa tarde!
Sou hipertenso mas tá controlada trabalho em farmácia e não vejo a hora de sair de férias.