Confira se existem alimentos que aumentam a fertilidade e quais são eles, além daqueles que devem ser evitados se você está tentando engravidar.
Consumir certos alimentos e plantas para aumentar a fertilidade é uma prática ancestral. Embora muitos hábitos tenham se comprovado ineficazes, outros tiveram seus resultados endossados após submissão a pesquisas, verificações e análises clínicas.
Embora os casais ou indivíduos não possam controlar todos os motivos que levam à infertilidade, é possível adequar a alimentação – que pode promover um impacto positivo e ajudar a regular os hormônios, fortalecer os óvulos e os espermatozoides, por exemplo. Existe inclusive uma dieta da fertilidade para engravidar – veja como funciona.
Além de escolher os alimentos corretos, é importante – tanto para o homem quanto para a mulher – manter uma vida saudável, com peso corporal controlado, pois, de acordo com a American Academy of Obstetrics and Gynecology, a obesidade pode prejudicar os níveis hormonais, dificultando a concepção.
6 tipos de alimentos que aumentam a fertilidade
Com base em evidências clínicas e uma revisão de estudos científicos, abaixo você irá conhecer 6 tipos de alimentos que ajudam a aumentar a fertilidade e irá saber como eles agem no organismo regulando a produção hormonal e tornando o ambiente propício à gestação.
1. Alimentos ricos em antioxidantes
Aveia, azeite de oliva, abacaxi, laranja, limão, frutas vermelhas, além de folhas verdes como agrião, couve e rúcula são excelentes fontes de antioxidantes.
A principal função dos antioxidantes no organismo é bloquear os efeitos nocivos dos radicais livres, uma reação química relacionada ao envelhecimento celular e à formação de células cancerígenas. Além disso, os radicais livres podem danificar e enfraquecer os óvulos e espermatozoides.
Sendo assim, ao adotar o consumo regular de alimentos ricos em antioxidantes, sobretudo o folato e o zinco, encontrado cereais integrais, cogumelos, vísceras, ovos, tomates, melão, abacate, camarão, leite integral e castanhas em geral, os danos tendem a ser reduzidos, ajudando a restabelecer a fertilidade.
De acordo com um estudo coordenado por Wendie Robbins, professora no departamento de ciências da saúde na UCLA – University of California Los Angeles, e publicado pela Society for the Study of Reproduction, o consumo de cerca de 75 gramas de nozes – alimento rico em antioxidantes – diariamente, é capaz de melhorar a força e a qualidade do espermatozoide, sendo, portanto, um alimento importante para os homens que desejam aumentar a fertilidade.
Já um estudo feito pelo Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, da Inglaterra, acompanhou 60 casais submetidos à fertilização in vitro e verificou que a suplementação de antioxidante resultou no aumento em 23% de chances de concepção.
2. Alimentos ricos em fibras
As fibras são importantes, em condições normais, para regular o sistema gastrointestinal e melhorar a digestão. No entanto, os alimentos ricos em fibras são especialmente necessários se você está tentando engravidar.
Uma das funções da fibra é ajudar o corpo a se livrar do excesso de hormônios e manter o nível de açúcar no sangue equilibrado. Frutas, vegetais, feijão e grãos integrais são algumas opções ricas em fibras que são alimentos que aumentam a fertilidade.
Além disso, há certos tipos de fibra que podem ajudar a remover o excesso de estrogênio, por meio do intestino, sendo evacuado.
Segundo um estudo publicado pela European Academy of Nutritional Sciences, a ingestão de 10 gramas de fibra de cereal por dia, reduz em 44% as chances de infertilidade de óvulos entre mulheres com mais de 32 anos.
3. Proteínas vegetais
Quando pensamos em proteína, certamente a primeira referência que consideramos é de origem animal, ou seja, as carnes. No entanto, também podemos encontrar nos vegetais ricas fontes proteicas.
De acordo com o American College of Obstetricians and Gynecologists, a substituição de algumas proteínas animais, como as carnes e os ovos, por fontes de proteínas vegetais, como feijão, nozes e sementes em geral, pode estar associada à diminuição de riscos de infertilidade.
Há, ainda, outros estudos que endossam os impactos negativos do consumo excessivo de carne à fertilidade. A American Gynecological Society publicou, em 2008, um estudo relatando que um grande consumo de proteínas da carne estava ligado a um aumento em 32% de chances de se desenvolver infertilidade nos óvulos.
Por outro lado, aumentar o consumo de proteína vegetal pode atenuar as chances de se desenvolver infertilidade. Ainda de acordo com o estudo de 2008, pôde-se notar que quando 5% do total de calorias consumidas provinha de proteína vegetal em vez de proteína animal, o risco de infertilidade ovulatória diminuía em mais de 50%. Essas são porcentagens significativas e que podem fazer diferença se você estiver tentando engravidar, pois, de acordo com as evidências, resultará em óvulos mais fortes e propícios à concepção.
Você pode considerar substituir parte da proteína consumida em forma de carne por proteínas oriundas de vegetais, feijões, lentilhas e nozes.
4. Laticínios ricos em gordura
Uma alta ingestão de alimentos lácteos com baixo teor de gordura, como leites e iogurtes desnatados, por exemplo, também pode estar associada ao aumento da infertilidade.
Um estudo feito pela European Society of Human Reproduction and Embryology constatou que as mulheres que consumiam uma ou mais porções de laticínios ricos em gordura por dia tinham 27% menos probabilidade de serem inférteis.
Dessa maneira, as mulheres que estão tentando engravidar e costumam consumir os laticínios sem gordura podem substituir a alimentação por opções com teor de gordura mais alto. Enquadra-se nesses casos o leite integral, o queijo, o iogurte, a manteiga e o creme de leite.
5. Alimentos ricos em Ferro
Os alimentos ricos em ferro também são alimentos que aumentam a fertilidade porque o mineral ajuda a promover a saúde dos óvulos.
De acordo com um estudo feito pela American Academy of Obstetrics and Gynecology, com 438 mulheres, foi possível verificar que o consumo de suplementos à base de ferro promoveu a diminuição em 40% dos riscos de infertilidade dos óvulos. O ferro heme pode ser encontrado em alimentos de origem animal, tais como a carne bovina, aviária e peixes.
No entanto, o ferro não-heme também apresentou uma boa performance, também sendo associado a uma diminuição do risco de infertilidade. Esse tipo de ferro também pode ser encontrado nas carnes, bem como em alimentos como feijões, alguns vegetais, nozes e cereais.
Ocorre, no entanto, que alimentos que são fontes de ferro não-heme são mais difíceis de serem absorvidas pelo organismo. Dessa fora, recomenda-se consumir esses alimentos em conjunto com outros alimentos ou bebidas com alto teor de vitamina C, pois ajudará na absorção do mineral.
6. Carboidratos complexos
O consumo de carboidratos refinados, como os alimentos feitos à base de farinha branca, produz um rápido pico de glicose no sangue e a energia que eles proporcionam não é duradoura. Isso quer dizer que após comer arroz branco, bolos, pães, biscoitos e demais alimentos feitos de carboidratos simples, você provavelmente sentirá fome novamente em pouco tempo.
Os carboidratos complexos, por sua vez, demoram mais para serem metabolizados, o que promove uma sensação de saciedade mais prolongada, além de possuírem um efeito gradual em relação à liberação de açúcar na corrente sanguínea. Em relação à fertilidade, os carboidratos complexos também são mais vantajosos.
Os grãos não-refinados são excelentes fontes de vitaminas B e vitamina E, substâncias muito importantes à fertilidade. Uma excelente opção a ser incorporada no cardápio de quem deseja engravidar é o trigo sarraceno, que contém D-chiro-inositol, um composto que ajuda a regular a ovulação.
Além disso, a redução do glúten é especialmente recomendada às mulheres com distúrbios hormonais que podem prejudicar a fertilidade, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP). O glúten cria uma resposta inflamatória no corpo, que aumenta a proteína C-reativa e envia sinais de que não é o momento ideal para conceber. Dessa forma, dificulta-se a concepção, inibindo a ação dos óvulos.
Alimentos a serem evitados
Tão importante quanto conhecer os alimentos que aumentam a fertilidade é saber quais podem prejudicá-la. Conheça-os:
– Refrigerante
Tantos as versões normais quanto os diet devem ser evitados. Há diversos estudos que associam o consumo de refrigerantes a uma série de complicações e deficiências no organismo a longo prazo. Se você está tentando engravidar, então o cuidado deve ser redobrado.
Alguns estudos sugerem que o refrigerante promove inflamações e alterações metabólicas causadas por muitos adoçantes, o que, consequentemente, provoca picos de açúcar no sangue. Já as versões diet possuem adoçantes artificiais que, por sua vez, alteram as bactérias do intestino.
Além disso, muitos refrigerantes são envasados em recipientes plásticos com BPA e outros produtos químicos que são comprovadamente nocivos ao organismo.
– Peixes com alto teor de mercúrio
O mercúrio deve ser evitado na gravidez pois pode danificar o sistema nervoso. Dessa forma, o consumo de frutos do mar ricos em mercúrio deve ser restrito, uma vez que poderá desencadear uma série de complicações, sobretudo de ordem neurológica, no feto.
O consumo frequente desses alimentos antes de engravidar pode acumular reservas de mercúrio no corpo, o que também poderá afetar o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.
Além disso, o sistema nervoso fetal pode estar sendo formado antes que a maioria das mulheres saiba que está grávida. Por fim, mas não menos importante, o mercúrio também pode diminuir a fertilidade.
– Álcool
O álcool, assim como o mercúrio, pode contribuir para a infertilidade, além de esgotar a vitamina B do corpo, que, por sua vez, promove a fertilidade e favorece o crescimento do feto durante a gestação.
Um estudo publicado em 2013 pela Reproductive Medicine Associates of New York constatou que a fertilização in vitro tem menos chances de vigorar quando a mulher possui o hábito de consumir bebidas alcoólicas.
Os resultados apontaram que as mulheres que bebiam três taças de vinho semanalmente, tinham sua capacidade reprodutiva total reduzida para 30%, em relação às mulheres que não consumiam bebidas alcoólicas e que mantiveram as chances de concepção em 90%.
Embora essas dicas possam ajudar a promover a fertilidade, o equilíbrio hormonal ou o desempenho dos óvulos e espermatozoides, muitas vezes a dificuldade em engravidar pode ocorrer em detrimento de uma patologia ou problemas genéticos.
Nesses casos, você deve procurar ajuda médica especializada para que o diagnóstico adequado possa ser feito, bem como o tratamento específico – que poderá ser administrado em conjunto com as dicas de alimentação acima indicadas. Dessa maneira, as chances de engravidar serão ainda maiores.
Fontes e Referências Adicionais:
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17978119
- https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpubh.2018.00211/full
- https://www.health.harvard.edu/blog/fertility-and-diet-is-there-a-connection-2018053113949
- https://www.eatright.org/health/pregnancy/fertility-and-reproduction/fertility-foods
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22895856
- https://www.sciencedirect.com/journal/american-journal-of-obstetrics-and-gynecology
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17882137
- https://www.sciencedirect.com/topics/food-science/high-fat-dairy-product
- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302007000300021
- https://rightasrain.uwmedicine.org/food/foods-to-increase-fertility
- https://foodandnutrition.org/from-the-magazine/fertility-and-food-factors-to-consider-for-conception/